BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Os próximos dias até o recesso de julho prometem agitar Brasília, apesar de uma parcela importante dos políticos nordestinos darem atenção às bases eleitorais devido a temporada de festas juninas.

No Senado, há expectativa em torno da sabatina do advogado de Lula, Cristiano Zanin, possivelmente em 21 de junho. A base bolsonarista vai jogar pesado para tornar a sabatina o mais difícil possível.

Em que pesem as críticas direcionadas ao gesto do presidente Lula de indicar seu advogado pessoal para a instância máxima da Justiça, a boa relação entre o Planalto e o Senado deve garantir o caminho de Zanin ao STF.

INELEGIBILIDADE

Mas é no Judiciário, mais uma vez, que podem ocorrer fatos impactantes. No dia 22, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga ação que pode tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos.

O caso remete à famigerada reunião promovida no Palácio da Alvorada com embaixadores, em julho de 2022. Na ocasião, o ex-presidente atacou o sistema eleitoral, em clara afronta institucional.

Nos bastidores, é dada como certa a condenação de Bolsonaro. A decisão do TSE tem peso para sacramentar um movimento iniciado por Bolsonaro antes mesmo de abandonar a Presidência da República, em dezembro de 2022.

Após a derrota nas urnas, ele rejeitou qualquer iniciativa de liderar a oposição ao governo Lula. A punição é um alívio temporário para os petistas — afinal, a Justiça no Brasil tem suas reviravoltas —, mas pouco diminui as dificuldades políticas do atual governo.

Aliados do presidente até defendem a inelegibilidade, sob o argumento que isso daria tempo ao ex-presidente de reverter a condenação, até 2026, ano de eleição geral.

AUTONOMIA

Na economia os próximos dias também prometem. Existem questões relevantes a se observar na área econômica. O arrefecimento da inflação sugere uma possível mudança
de postura do Banco Central (BC) na definição da taxa básica de juros.

Mas analistas consideram improvável que o Comitê de Política Monetária reduza a Selic (em 13,75%) na reunião marcada para 20 e 21 de junho.

AS CPIS em funcionamento nas duas Casas também começam de fato a gerar ruídos, principalmente a CPMI dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, que pretende ouvir o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres.

(Com Agências)