Fogo amigo: setores do PT não aceitam que seus quadros fiquem de fora do MS

BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – A imprensa já noticiou mais de uma vez a provável saída da professora universitária, Ethel Maciel, enfermeira e epidemiologista, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), no Ministério da Saúde.

O Centrão  e o setores PT tem interesse na pasta e sabem que uma reforma ministerial deve ocorrer em função das eleições municipais. Tratam de pavimentar o caminho pautando a imprensa com críticas a pasta.

Recentemente o Estadão chegou a publicar uma foto da secretária afirmando que ela estava na Índia, de férias, na cidade de Varanasi, ”em meio à pior epidemia de dengue da história do País”, afirmou.

BARRIGADA

Usaram uma foto de março quando a professora esteve naquele país para participar de congresso sobre tuberculose.

Nas férias a secretaria foi ao Peru e deixou em seu lugar uma substituta que deu continuidade as ações iniciadas por ela.

“Batem na Ethel para atingir a ministra Nísia Trindade. Mas não podem dizer que o ministério sob comando das mulheres não vem dando bons resultados. É só política”, diz uma assessora da pasta, lembrando que o MS sofreu desmonte no governo Bolsonaro-Pazuello.

Ethel, como a ministra, não são filiadas a partido nenhum, nem ao PT.  A capixaba chegou a ser eleita reitora da Ufes para o quadriênio 2020-2024, mas teve o nome preterido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

A pasta da Saúde tem o terceiro maior orçamento da União (R$ 231 bilhões). Ao assumir, a ministra colocou fim ao feudo dos deputados federais que indicavam aliados para gestão dos hospitais federais. Com isso irritou o Centrão.

Apesar de serem adversários no Parlamento, setores do PT  e o Centrão atuam por mudanças na pasta. Um lado quer poder, o outro quer liberar mais recursos para sua base eleitoral, não se importando se a saúde da população está sendo bem cuidada.

Preconceito A ministra da Saúde, Nísia Trindade, é cientista social de formação e não é filiada a partido político, sendo uma das indicações técnicas de Lula. É a primeira mulher a chefiar a pasta desde a sua criação em 1953, durante o governo de Getúlio Vargas. Desde então, passaram pelo cargo 50 homens, alguns corruptos.

Formação
Enfermeira, doutora em Epidemiologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pós-doutora em Saúde Pública e Epidemiologia pela Johns Hopkins University (EUA) e professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel atualmente também é referência na pesquisa de doenças infeccionas, como a Covid-19, zika vírus, febre amarela, e, em especial, a tuberculose. 
Ethel integrou a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (Ctai) e foi presidente da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (REDE-TB). Ela também representa o Brasil na Rede Governamental de Pesquisa em Tuberculose dos países do BRICS.
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