Sem coligação: Fim da linha para deputado com menos de 150 mil votos

20 de abril de 2021 22:03

Ricardo Ferraço DEM

Norma Ayub – DEM

Erick Musso – PRB

Amaro Neto PRB

Jacqueline Moraes

Da Vitória – Cidadania

Luciano Rezende Cidadania

Evair Melo PP

Norma Ayub DEM

Marcus Vicente PP

Max Filho PSDB

César Colnago PSDB

Lelo Coimbra MDB

Gilson Daniel Podemos

Dr. Jorge Silva – Solidariedade

Neucimar Fraga PSD

Felipe Rigoni -PSDB

João Coser – PT

Helder Salomão PT

Magno Malta PR

Soraya Manato PSL

Ted Conti PSB

Paulo Foletto PSB

Givaldo Vieira PC do B

Juninho de Cariacica Cidadania

150 MIL VOTOS PARA ELEGER UM FEDERAL, AVALIAM DIRIGENTES DE PARTIDOS

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A eleição de 2022 será a primeira em que não haverá coligação para cargos proporcionais. Para muitos deputados será o fim da linha.

Finalmente o sistema vai beneficiar os mais votados, e evitar a eleição de oportunistas que pegam carona na melhor coligação, e mesmo sendo menos votados, acabam eleitos.

Trata-se de uma distorção histórica. Em 2018 por exemplo, a deputada Lauriete, então no PR de Magno Malta, teve 51.983 votos e foi eleita. Menos que Neucimar Fraga, que somou 53.787 votos e ficou na suplência.

Fraga teve que aguardar dois anos para tomar posse, após o ex-deputado Sérgio Vidigal, do PDT, se eleito prefeito da Serra e renunciar. É do jogo político.

Neucimar tinha feito o mesmo quando se elegeu prefeito de Vila Velha e abriu vaga para seu suplente, à época o capitão Assunção, então no PSB, que passou dois anos em Brasília conspirando contra a democracia.

Outro deputado que teve menos votos que o suplente Neucimar foi Evair Melo, com 48.412 votos.

O petista Helder Salomão teve 73.384 votos, e João Coser 37.836 votos, menos até que Givaldo Vieira, com 39.222 votos. Dos três só Helder assumiu.

Os pequenos partidos, no entanto, vão penar. Sem dinheiro, tempo no horário gratuito de rádio e TV, eles não atraem nomes mais competitivos, como Amaro Neto, Felipe Rigoni e Josias da Vitória, eleitos em 2018 com as três maiores votações da Bancada Federal.

Já siglas como PSB, PRB, PT, PP, PSD, DEM, PSDB e PSL, terão, em tese, maior facilidade de eleger representantes para a Câmara Federal.

Já a REDE também poderia eleger um federal, mas seu principal ativo, o ex-prefeito Audifax Barcelos, se diz candidato a governador, o que pode levar o partido de Marina Silva a não eleger federal.

Para o ex-deputado federal Jorge Silva, de São Mateus, serão necessários cerca de 130 mil votos para eleger um federal na nova composição eleitoral sem coligação. Outros dirigentes calculam 155 mil votos.

Silva é médico e presidente regional do Solidariedade. “Com a nova legislação, eu acredito que com 130 mil votos se elege um deputado federal”, afirma.

Jorge Silva foi um bom deputado. Ele já exerceu dois mandatos na Câmara Federal e vai tentar o terceiro. Na disputa de 2018, Silva obteve 43 mil votos e ficou na suplência da bancada federal.

Outro presidente regional, Marcus Vicente, do PP, pensa que serão necessários mais votos para eleger um federal em 2022, cerca de 155 mil votos.

“Vamos lançar 20 nomes. Chapa completa de candidatos a Federal”, disse Vicente, que também é suplente da bancada federal.

Na eleição de 2018 ele obteve 44.283 votos, menos que outro parlamentar da sigla, Evair Melo teve 48.412 votos.

Evair, no entanto, não teria sido eleito sem os demais votos dado a coligação PPS/Pros/PP/PCdoB.

Audifax é o único nome da REDE com chances de se eleger deputado federal, cargo que ele já ocupou.

Presidente regional do PSD, o deputado e ex-prefeito de Vila Velha Neucimar Fraga acha que a situação só mudará quando for aprovado o ‘distritão.

Para ele, ainda pode ocorrer de algum candidato ser beneficiado pela votação de outro.

O modelo distritão funciona da seguinte maneira: o estado e município se torna um distrito eleitoral e funcionará para a escolha de deputados federais e estaduais.

São eleitos os candidatos mais votados no distrito, como acontece hoje na eleição dos senadores. Não é levado em conta os votos para partidos.

Esse sistema reduz o número de candidatos e acaba com a figura dos puxadores de votos – aqueles que recebem muitos votos e elevam o quociente partidário permitindo a eleição do candidato ‘caronista’.

Lista dos pré-candidatos