BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – O deputado federal André Fernandes (PL-CE) afirmou na noite desta sexta-feira (24) que recolheu assinaturas suficientes para instalar uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) a fim de investigar os atos golpistas do 8 de janeiro, em que apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vandalizaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é contra a instalação da CPMI e diz que isso desviará o foco da agenda legislativa do novo governo, como a reforma tributária. Por isso, a base aliada do governo foi orientada a não subscrever o requerimento. O movimento, contudo, não teve sucesso, e Fernandes afirma que obteve o apoio exatamente dos 171 deputados necessários e de 32 dos 27 senadores exigidos para dar andamento às apurações.

Embora a maioria dos nomes entre os apoiadores seja do PL de Bolsonaro, parte da lista divulgada por ele nas redes sociais é composta por parlamentares do PP, MDB, Republicanos e União Brasil, siglas com as quais o presidente Lula pretende contar em sua base aliada.

Manobra para desgastar governo Lula

A estratégia da oposição é utilizar a CPMI para desgastar o governo Lula com o argumento de que o governo federal foi omisso diante das invasões. O Executivo federal argumenta que o policiamento estava a cargo do governo do Distrito Federal e do ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres, aliado de Bolsonaro que está preso desde os acontecimentos do dia 8 de janeiro.

Fernandes argumenta ainda que a instalação de uma CPMI é imediata, diferentemente de uma CPI exclusiva da Câmara ou exclusiva do Senado, que precisa do aval do presidente de cada Casa. “Art. 21 do Reg. Comum do CN: uma vez requerida por 1/3 das casas, a instauração é automática!”, escreveu ele no Twitter.

Com *Valor*

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