BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Conhecido por sua truculência contra os mais fracos, o deputado Gilvan da Federal (PL), ex- agente da PF, se irritou hoje com um jornalista que publicou notícia revelando que ele (Gilvan), contratou para seu gabinete uma das filha do senador Magno Malta (PL).

Os dados sobre a contratação estão na área de transparência do site da Câmara dos Deputados, e são públicos, e indicam um caso de nepotismo cruzado. Os dois políticos são do mesmo partido, e do mesmo estado.

Ao ser procurado pelo repórter Humberto Azevedo, da Agência Congresso, para expor sua opinião sobre um outro caso, um projeto do ex-deputado Sergio Vidigal (PDT) – que dispõe sobre a necessidade de laudo psiquiátrico e psicológico de candidatos a cargos eletivos-, o ex-agente da federal partiu para a agressão.

Irritado com uma reportagem anterior Nepotismo cruzado? deputado nomeia filha de senador” www.agenciacongresso.com.br/nepotismo-cruzado-deputado-nomeia-filha-de-senador-para-seu-gabinete, Gilvan afirmou que processaria o repórter caso ele voltasse a falar ‘inverdades’.

Com a insistência da Agência Congresso em tentar ouvi-lo sobre a iniciativa de Vidigal, o parlamentar da extrema-direita começou a atacar a honra do repórter com afirmações como “[está aqui] um jornalista no plenário da Câmara que conta mentiras”. E usou seu celular para gravar a conversa enquanto intimidava o profissional.

“Você é ridículo, cara! acusou o deputado do PL. “Segurança, cadê o segurança?”, continuou Gilvan. “Isso é um desrespeito ao Parlamento. Você está gritando”, acrescentou após uma fala da reportagem.

“Que coagindo? Vou pedir para retirar você se continuar ofendendo o parlamentar aqui dentro”, complementou o ultradireitista que não respondia o questionamento da reportagem sobre o PL 159/20, que se encontra aguardando deliberação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC).

Ataques

“Você não é jornalista, cara!”, provocou Gilvan. E continuou: “Você não é jornalista. Não vou te responder, é o meu direito. A hora que você fizer um jornalismo sério, eu te respondo. Agora com esse jornalismo bosta que você faz, eu não vou te responder. E você me respeite aqui dentro, se não eu mando te tirar. (…) A hora que tu parar de trabalhar lá para a Globo, eu…”, afirmou.

Informado que iria ser acionado junto ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), para as devidas medidas legais, ele respondeu zombando: “Processa! Estou morrendo de medo, cara! A hora em que você for um jornalista sério, eu te respondo. Acabou. É um direito, eu respondo se eu quiser. beleza? Acabou? Acabou?”.

Após informado novamente da ofensa que fez, Gilvan voltou a provocar e atacar o  jornalismo que o veículo faz e produz. “[Você me ofendeu] É mesmo? Pega as flores aí para o tadinho do jornalista. Você não é jornalista. A hora que você fizer um jornalismo sério, eu te respondo, beleza? Não dirige a palavra a mim. Não dirige a palavra a mim”, finalizou dizendo que prestaria uma queixa contra a repórter na Delegacia de Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados.

Histórico de agressão

Gilvan é conhecido por sua truculência e falta de educação. Não tinha sequer capacidade de ser vereador, mas virou deputado federal disfarçado de bolsonarista. Patético, anda com uma bandeira do Brasil pendurada no ombro.

Quando era vereador em Vitória, até ter seu mandato cassado, Gilvan que é natural de Araióses no Maranhão – nem capixaba ele é – foi denunciado por agredir mulheres.

Seu alvo preferencial na Câmara Municipal de Vitória  eram as  vereadoras Camila Valadão (PSOL), eleita deputada estadual em outubro do ano passado – e Carla Coser, do PT. As duas foram ofendidas várias vezes, inclusive na sessão alusiva ao Dia Internacional da Mulher.

Puxa saco de Bolsonaro, o ex-vereador chegou a elogiar um dos maiores torturadores do país, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, na véspera em que a Corregedoria da Câmara avaliaria uma representação contra ele por ofensas à imprensa capixaba.

 

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