BRASÍLIA  AGENCIA CONGRESSO – Quatro parlamentares do ES se manifestaram sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro que cobrou da Polícia Federal a prisão dos mandantes ou mandante da tentativa de morte que sofreu.

Mesmo sem garantias da própria PF de que existe um mandante, ou mandantes, o presidente cobrou do hospital, onde ainda está internado, a prisão de quem estaria por trás do esfaqueador dele, Adélio Bispo de Oliveira.

Por Humberto Azevedo

Sobre as cobranças do presidente a maioria da bancada preferiu não comentar. Bolsonaro (PSL) que tenta transformar a agressão que sofreu no último 06 de setembro num crime político orquestrado por alguma organização que queria impedir sua eleição para a presidência da República.

Procurados pela reportagem apenas quatro parlamentares capixabas se manifestaram Segundo o presidente, “esse crime, essa tentativa de homicídio, de ato terrorista praticado por um ex-integrante do PSOL não pode ficar impune”.

“E nós queremos, sim, e queremos que a PF indicasse provavelmente, com dados concretos, quem foram os responsáveis para determinar que o Adélio praticasse aquele crime lá em Juiz de Fora em setembro passado”, falou Bolsonaro.

Resposta do PSOL

Até o momento a linha de investigação não associa o ato praticado por Adélio com a sua filiação ao partido de esquerda até o ano de 2013. O PSOL, em nota, afirmou que a declaração de Bolsonaro em tentar associar o criminoso a legenda não passa de “obsessão para criar [uma] cortina de fumaça sobre as (muitas) investigações que pairam sobre sua família, seu partido e seu governo”.

Os parlamentares que comentaram a declaração de Bolsonaro foram Lauriete Malta (PR), Norma Ayub (DEM) e Ted Conti (PSB).

Sem medo da verdade

“[Esse crime] tem que ser investigado. Apurar e o que tiver de ser será. Não temos que ter medo da verdade. Seja ela qual for. Antes de tentar tirar a vida do Presidente da República, Adélio foi filiado ao PSOL durante alguns anos, o que vem levantando suspeitas desde o dia 6 de setembro, quando o atentado foi perpetrado na cidade de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais”, afirmou Lauriete Rodrigues.

“Outro sinal que levanta questionamentos é o fato de o nome de Adélio Bispo ter sido encontrado no livro de presença da Câmara dos Deputados. A Polícia Federal é séria, tem credibilidade e confiamos no Poder Judiciário. Sou a favor da transparência nas investigações. O Brasil quer saber a verdade dos fatos”, concluiu a deputada do PR.

Justiça

Já a deputada Norma Ayub vê “com muita naturalidade a vítima de um atentado de homicídio solicitar a conclusão do inquérito que apura os mandantes responsáveis pelo crime”.

“Principalmente quando a vítima é candidato a presidência da República, o que torna o crime ainda mais grave, por se tratar de um atentado contra à própria democracia do país”, comentou a parlamentar do DEM.

“A justiça precisa ser feita para todos, e que seja apurado realmente quem são os mandantes. Do mesmo modo, que é fundamental que se apure o crime do assassinato da vereadora Marielle [do PSOL] do Rio de Janeiro”, emendou.

Sem opinião

Já o socialista Ted Conti (PSB)  disse que não poderia “dar uma resposta sobre esse caso porque seria uma irresponsabilidade minha se falasse sem fundamentação e sem uma ampla investigação da Polícia Federal”.

Segundo ele, “nós temos que aguardar a investigação para poder analisar o que realmente aconteceu. Portanto, eu não tenho opinião sobre esse caso”.

“Tenho a convicção de que a Polícia Federal está investigando o caso e dará uma resposta para elucidar o caso”, disse o deputado Josias da Vitória (PPS).

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