BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – O projeto de lei que substitui o decreto das armas de Bolsonaro – rejeitado no Senado – deve ser votado no plenário da Câmara nesta semana. Deputados da Bancada Capixaba têm opiniões divergentes sobre a matéria.

O coordenador da bancada, deputado federal Da Vitória (CIDADANIA-ES) disse para a Agência Congresso que apoia o projeto que altera as regras do porte e posse de armas, mas avalia que o texto precisa de avanços.

Deputado federal Da Vitória (Cidadania)


“É preciso principalmente especificar as categorias que devem ter o direito a posse de arma e estabelecer os mesmos requisitos para a concessão a todas elas, a não ser os policiais, membros das forças armadas e das todas as forças de segurança que necessitam do uso de forma contínua”, disse o coordenador da Bancada Capixaba.

Da Vitória acredita que por ser um projeto de lei o ambiente se torna mais favorável ao debate no Congresso e que isso “pode facilitar a aprovação”.

O PL trata do porte de armas para mais categorias além das previstas no Estatuto do Desarmamento, do porte para caçadores e colecionadores e da posse em área rural, dentre outros aspectos.

A deputada Norma Ayub (DEM-ES) disse que vai aguardar o debate dentro do partido para se posicionar, a reunião está marcada para amanhã (20).

A deputada federal Lauriete (PL-ES) segue favorável como foi ao decreto. Ela disse para a Agência Congresso que é “favorável pois é um anseio da população”.

A governista, Dra Soraya (PSL-ES) também é favorável ao projeto, segundo ela, “o PL será apoiado por todo o Plenário, porque é necessidade de as famílias terem como se proteger, principalmente, os produtores rurais que ficam mais afastados dos centros urbanos, portanto, distante do alcance imediato da segurança pública”.

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Mudou de lado

Deputado federal Amaro Neto (PRB-ES)

O deputado Amaro Neto (PRB-ES), que se declarou totalmente contra o decreto das armas de Bolsonaro, disse à Agência Congresso que é favorável à matéria, mas defende uma avaliação rigorosa para os candidatos a portar uma arma.

“Sou favorável desde que haja uma ampla discussão sobre as categorias que poderão ter acesso ao porte, com regras rígidas de obtenção”, disse.

Por outro lado, o deputado petista Helder Salomão (PT-ES), era contra o decreto e também é contra o PL que libera armas pra mais de 20 categorias profissionais, ele afirma que o projeto está na “contramão do enfrentamento à violência”.

“Não se pode banalizar a utilização de uma arma de fogo como se o simples fato de portá-la fosse garantia de segurança. A liberação das armas é um ato irresponsável, perigoso e que incita a violência. Cabe ao Estado garantir a segurança do cidadão”, disse.

Os deputados federais Evair de Melo (PP-ES), Felipe Rigoni (PSB-ES), Ted Conti (PSB-ES), Sérgio Vidigal (PDT-ES) foram procurados, mas até o fechamento da edição não se pronunciaram.