VITÓRIA ES – Em entrevista coletiva concedida nesta terça (2) o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), denunciou uma tentativa de golpe articulada pelo presidente da Câmara de Vereadores do município, Rodrigo Caldeira (Rede).
Ele quer aplicar o impeachment no titular visando assumir a PMS. Além de falar em um suposto “assalto do Executivo” pelo Legislativo municipal, Audifax ainda sustentou que, hoje, a Câmara está nas mãos de uma organização criminosa.
“Como já vimos outras vezes na história do Estado, existe uma organização criminosa no comando da Câmara da Serra, que quer tomar o Executivo a todo custo”, disse.
As colocações feitas pelo prefeito têm a ver com o fato de, no último dia 25, os vereadores, a partir de denúncia feita por um ex-servidor comissionado da Câmara, terem votado pela instauração de oito procedimentos investigatórios a fim de apurar supostas irregularidades de Audifax, que culminariam em sua cassação, caso as apurações tivessem andamento concluso.
“Como eles vinculam oito pedidos de cassação a partir de uma única denúncia? Já começa errado por aí. Além disso, a suposta denúncia não tem qualquer fundamento nem parecer. Todo o documento tem apenas duas páginas”, ressaltou.
Na última segunda-feira (1), no entanto, o prefeito conseguiu, por meio de uma liminar concedida pela juíza Telmelita Guimarães, da Vara da Fazenda Pública Municipal da cidade, que todos os atos da denúncia fossem suspensos.
“O que se percebe na denúncia apresentada é que a peça acusatória contém fatos genéricos”, diz a juíza.
Questionado sobre o que estaria fomentando as movimentações da Câmara contra o Executivo, Audifax explicou se tratar de insatisfação de Caldeira com duas negativas a ele em fevereiro deste ano.
“Primeiro, o presidente da Câmara me procurou para exigir o direito de interferir em um projeto de licitação para contratação de empresa de limpeza urbana. O custo do contrato, em 20 anos, seria de R$ 2 bilhões. Eu me neguei a esse tipo de prática”, contou.
O segundo pedido feito por Caldeira, segundo Audifax, e que também teve atendimento negado, foi que o município pagasse uma dívida que a prefeitura teria com uma empresa, que não foi mencionada. O débito, no entanto, de acordo com o chefe do Executivo municipal, já havia prescrito há cinco anos.
O prefeito afirmou que todas as denúncias citadas durante a coletiva já foram enviadas aos principais órgãos de controle do Estado.
Audifax ainda confirmou pedido de escolta pessoal ao governo estadual. “Conhecendo o meu município e fazendo essas denúncias, eu achei melhor me precaver”, pontuou.
Na noite desta terça-feira (2), o Tribunal de Contas do Estado (TC-ES) confirmou o recebimento de documento protocolado por Audifax. Entretanto, segundo a Corte, o prefeito não faz qualquer denúncia no material enviado ao TC-ES.
Ele apenas relata movimento político e se coloca à disposição para prestar informações que se fizerem necessárias, além de pedir que sejam investigadas as contas dos últimos 12 meses da Câmara.
Já o Ministério Publico Estadual (MP-ES) informou que, desde o último dia 29, mesmo dia em que Audifax procurou o TC-ES, foi instaurado inquérito para apurar supostas irregularidades na Câmara do município.
O presidente da Câmara vereador Rodrigo Caldeira, do mesmo partido do prefeito, nega a tentativa de golpe.
Com informações da Tribunaonline. (Foto: Fábio Nunes)