Crise na Tribuna perto do fim com mudança de direção

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Um novo superintendente para a Rede Tribuna de Comunicação do ES será indicado em breve, para substituir o superintendente afastado, João Carlos Pedrosa, o Joca.

A Rede Tribuna que pertence ao Grupo João Santos, de Pernambuco, roda o único jornal impresso do ES, A Tribuna, que tem demitido servidores e acumulando dívidas há mais de uma década.

O grupo entrou em recuperação Judicial, o que na opinião dos novos administradores, Paulo Narcelio e Guilherme Rocha, vai permitir salvar algumas empresas, inclusive a Rede Tribuna/SBT/ES.

O comando de João Carlos Pedrosa foi considerado desastroso. Não só no ES, mas também em Recife, onde a rede de comunicação retransmite a Band; último lugar em audiência em PE.

“As dívidas se acumularam e não tem como pagar as contas com o atual faturamento. Perdemos espaço em não implantar o jornalismo online”, disse um dos diretores.

A disputa judicial entre herdeiros de João Santos, fundador do grupo, culminou com o afastando de Joca do comando, e do diretor da TV Tribuna Ricardo Uchoa, em dezembro.

Joca foi afastado duas vezes e não volta mais. Já Uchoa disse para a Agência Congresso que se sentiu aliviado com seu afastamento da empresa.

“Estava tendo até problemas de saúde devido a complexidade do caso”, afirmou. (foto Uchoa e Joca)

O conglomerado, que tradicionalmente contava com a direção dos herdeiros do grupo, passou a ser gerido por dois profissionais de mercado.

Para os diretores, Paulo Narcelio e Guilherme Rocha, a medida “vem ao encontro da necessidade de organização, método e transparência que a nova gestão, iniciada há cerca de 4 meses”.

Eles também destacam “a importância do Grupo João Santos para a economia pernambucana e nacional, e que, com os ajustes de diretrizes e o apoio dos agentes envolvidos, retomará a posição de destaque que já teve.”

SONEGAÇÃO FISCAL E GOLPE

Em 2021, a empresa foi afetada pela Operação Background, realizada pela Polícia Federal para investigar um suposto esquema criminoso protagonizado pelos irmãos José e Fernando Santos, que estavam à frente do grupo.

Os dois teriam cometidos crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, fraudes e execuções trabalhistas, além de formação de quadrilha.

Os irmãos que administravam o grupo são suspeitos de calote em oito mil ex-funcionários e no governo federal.

No passado, em maio de 2006, uma de suas empresas, a cimenteira Itapicuru Agro Industrial, foi flagrada com 49 trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão.

De acordo com a PF, a administração teria transformado um passivo tributário avaliado em 8,6 bilhões de reais em patrimônio pessoal.

GRUPO JÁ FOI GRANDE

O Grupo iniciou suas atividades no segmento sucroalcooleiro em 1934, na cidade de Goiana, em Pernambuco, ampliando os segmentos de atuação a partir de 1951 com a fundação da fábrica de Cimento Nassau, marca reconhecida nacionalmente.

Anos depois, mais cinco fábricas foram incorporadas nos estados de Pará, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Espírito Santo. Outros segmentos de atuação são celulose, agronegócios, comunicação e serviços como taxi aéreo e logística.

Atualmente, o grupo mantém diversas operações em atividade, gerando aproximadamente 4.250 empregos diretos. (Joca foi procurado mas não atendeu ligações).

Com informações de jornais de PE e jornalistas de Recife