BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, divulgou, nesta quarta-feira (26/8), um vídeo em que nega ter divulgado as informações sobre a menina de 10 anos que fez um aborto legal após ser estuprada por um tio, no Espírito Santo.
O Ministério Público do ES, no entanto, abriu um inquérito para saber como as informações sigilosas vieram a público.
Antes de ser presa, a ex-feminista Sara Winter, de 26 anos, era funcionária de Damares. Atuava como coordenadora nacional de políticas à maternidade.
Ela foi a primeira a divulgar o endereço e nome da menina capixaba, o que o Estatuto da Criança e Adolescente proíbe. Por conta disso, as contas dela no Instagram e Youtube foram tiradas do ar após ela expor a menina estuprada.
O MP não tem dúvidas de que as informações para Sara, sairem do ministério onde ela trabalhava, por mais que a ministra negue.
Servidores do ministério estiveram no Espírito Santo, na cidade de São Mateus, conversando com a avó da menina. Evangélicas, Sara e Damares eram contra o aborto, realizado por decisão judicial.
Ao tentar se justificar, Damares Alves, disse que a visita dos técnicos do Ministério a São Mateus (ES) seguiram procedimentos padrões para casos como este e que a pasta não teve contato com a família.
“Eles só participaram de três reuniões sobre violações de direitos de crianças e adolescentes. “Nossa equipe não visitou a sua casa, não teve acesso ao seu nome ou a quaisquer outros dados sigilosos. Andaram falando por aí que foram os nossos técnicos que vazaram os dados da criança. Isto é mentira”, afirmou.
No vídeo ela tenta evitar condenação por parte do MP, o que obrigaria sua saída do ministério. Ela também negou que o foco fosse a questão do aborto e sim a questão do abuso sofrido.
“Mais uma das milhares de vítimas de abuso sexual no Brasil e que trazia dentro de si uma vida inocente. Ficou constatado que o Ministério precisava fazer algo pelo município”, disse.
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