Estrago não foi maior porque Bolsonaro enfrentou resistências do STF, Congresso e Imprensa.

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Divulgado nesta quarta-feira (13) Relatório Mundial sobre a situação dos direitos humanos no mundo, apontou que o presidente Jair Bolsonaro sabotou medidas de combate ao novo coronavírus.

Criticou o uso de máscaras, o isolamento social, as vacinas e até incentivou seguidores a invadir hospitais e mostrar que enfermarias não estavam lotadas, como ocorreu no ES e vários estados.

“Promoveu políticas que contrariam os direitos das mulheres e os direitos das pessoas com deficiência, atacou a mídia independente e organizações da sociedade civil e enfraqueceu os mecanismos de fiscalização da legislação ambiental”, aponta o relatório. que foi editado pela organização não governamental HRW (Human Rights Watch).

A HRW também citou, entre outros pontos, que Bolsonaro “acusou, sem qualquer prova, indígenas e organizações não governamentais de serem responsáveis pela destruição da floresta” e fez ataques a jornalistas.

O Ministério da Justiça de seu governo, diz o relatório, “produziu um relatório confidencial sobre quase 600 policiais e três acadêmicos identificados como ‘antifascistas'”, caso que foi revelado pelo UOL em julho passado.

“O Supremo Tribunal Federal determinou ao ministério a suspensão da coleta de informações sobre pessoas que exerçam seus direitos à liberdade de expressão e de associação”, informou o relatório.

Não fosse a ação da Justiça, Congresso, Imprensa, e organizações da sociedade, como OAB, ABI, as ações do governo teriam causado mais danos a população. O Brasil hoje conta mais de 200 mil mortos de covid-19.

Polícia assassina

O levantamento destacou ainda que a polícia matou, no país, 6.357 pessoas, “uma das maiores taxas de mortes pela polícia no mundo”. “Quase 80% das vítimas eram negras. As mortes causadas por policiais aumentaram 6% no primeiro semestre de 2020.”

O relatório, de 776 páginas, analisa o quadro sobre os direitos humanos em mais de cem países.

De acordo nota distribuída à imprensa pela ONG, a diretora adjunta da HRW no Brasil, Anna Lívia Arida, disse que Bolsonaro “expôs a vida e a saúde dos brasileiros a grandes riscos” ao longo da pandemia do novo coronavírus.

“O presidente Bolsonaro minimizou a Covid-19, a qual chamou de ‘gripezinha’; recusou-se a adotar medidas para proteger a si mesmo e as pessoas ao seu redor; disseminou informações equivocadas; e tentou impedir os governos estaduais de imporem medidas de distanciamento social.

Seu governo tentou restringir a publicação de dados sobre a Covid-19. Ele demitiu seu ministro da saúde por defender as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e seu substituto deixou o cargo no ministério em razão da defesa do presidente de um medicamento sem eficácia comprovada para tratar a Covid-19″, diz o relatório.

Com informações do UOL