BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Desde a eleição do atual presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP/AL) a Bancada Federal na Câmara passou a apoiar mais o governo Bolsonaro.
Dos dez votos do ES na Câmara, geralmente sete são para matérias do governo. Apenas dois deputados, Felipe Rigoni (ex-PSB) e Helder Salomão (PT), votaram sempre contra o governo.
Ted Conti (PSB) também costuma votar contra o governo, mas não com a mesma frequência que Rigoni e Salomão.
Neucimar Fraga (PSD) que assumiu este ano vaga do ex-deputado Sérgio Vidigal (PDT) também apoia o governo. Vidigal era voto frequente contra o governo
Nesta votação da eletrobrás, no entanto, uma surpresa; a deputada Norma Ayub (DEM) votou contra o governo. Ela, Rigoni, Ted, e Salomão. (Veja tabela). Foram quatro votos contra a privatização.
No Senado, Marcos do Val (Podemos) também deu uma guinada para a direita, mesmo já tendo brigado com um filho do presidente (foto).
Na CPI da Covid o capixaba passou a fazer propostas inócuas, como pedir a substituição do relator Renan Calheiros, o que não é regimental, pois se trata de matéria vencida.
Há um ano, Do Val chegou a ir à Justiça contra Carlos Bolsonaro que divulgou uma informação de que existia um mandato de prisão contra ele no Texas (EUA). Logo que assumiu Do Val era contra Bolsonaro.
ESPIÃO
Todas as votações são monitoradas por servidores da Segov que ficam dentro do plenário. A Segov é a Secretaria de Governo que cuida da articulação política. A secretaria é uma deputada licenciada, Flavia Arruda (DF), indicada pelo próprio Lira.
Se um deputado vota contra o governo, sua emenda ao Orçamento da União costuma demorar mais para ser liberada, mesmo sendo impositiva.
PANDEMIA
A aposta da equipe econômica, com a privatização, é ampliar os investimentos da empresa, que atua na geração e transmissão de energia elétrica. A expectativa é levantar R$ 60 bilhões com a operação, que está prevista para ser concluída no início de 2022.
Já para a Abrace (Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres), a privatização vai resultar em um aumento de R$ 20 bilhões por ano aos consumidores.
De acordo com a associação, a contratação de termelétricas em quantidades e locais já definidos, sem suporte e estudo técnico, pode resultar no aumento de custo.