BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Deputados da bancada federal avaliam que o arquivamento temporário da denúncia contra o governador Paulo Hartung (PMDB), pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), altera o cenário eleitoral de 2018 no estado.
“O governador vai ficar mais solto. Ele estava meio acanhado, pois jamais havia tido sua imagem política manchada. Já está em campanha e discutindo nomes para sua vice”, disse um deputado aliado ao Anchieta.
Já outro parlamentar acha que não muda nada, pois se “trata de informação que não interessa ao eleitor. O povo quer melhorias e o governo vai de mal a pior. Ele vai buscar a reeleição mostrando quais serviços realizados?”, questionou.
O caso teve início em abril, com a delação do ex-diretor da Odebrecht, Benedicto Junior. Ele disse que se encontrou com Paulo Hartung em 2010 e 2012, na residência oficial do governo, na Praia da Costa, em Vila Velha (ES), e no escritório de Hartung, na Reta da Penha, em Vitória.
Nos encontros, segundo Benedicto, ficou acertado que a Odebrecht repassaria R$ 1,8 milhão, via caixa dois, para campanhas.
Benedicto contou que o dinheiro foi entregue ao então secretário estadual de Obras, Neivaldo Bragato. E também a Roberto Carneiro, ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa. Hartung nega os encontros.
O ministro Félix Fischer aceitou a argumentação da PGR, apesar de afirmar que o dinheiro da Odebrecht foi repassado via doação não contabilizada.
ADVOGADO
”Não há comprovação dos episódios narrados na delação e o governador sequer foi candidato nas eleições de 2010 e 2012. Então não há que se falar em prática de crime eleitoral”, explicou o advogado de Hartung, Rodrigo Rabello.
“O fato dele (Hartung) não ter sido candidato nas duas eleições, torna o crime mais grave. Recebeu para o grupo dele e ninguém pode afirmar para onde foi o dinheiro”, comenta outro parlamentar.
Já o deputado Jorge Silva (PHS) acha que o ES, ao contrário de outros estados, como RS, MG, AL e RJ, não esta em crise, nem com salário dos servidores atrasado. “Apesar das crises que enfrentamos nos royalties, seca, e fim do Fundap”, disse.
Em depoimento por escrito, entregue ao Ministério Público Federal como parte de sua delação premiada, o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior, o BJ, afirma que cabia ao governador Paulo Hartung (PMDB) coordenar arrecadações de campanhas eleitorais.