BRASÍLIA — A Polícia Federal afirmou em relatório que encontrou provas contra o senador Ciro Nogueira (PP-PI) que recebeu R$ 5 milhões em propina da JBS para levar o partido a apoiar a reeleição de Dilma Rousseff à Presidência em 2014.

No documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o delegado responsável pelo caso solicita que o parlamentar, aliado do governo Bolsonaro, seja interrogado novamente.

A defesa do senador nega as acusações e diz que a Corte tem se manifestado contra “excessos em delações” — o inquérito teve origem em acordos firmados por executivos da JBS.

Ciro hoje é um dos principais defensores do governo Bolsonaro, inclusive na CPI da Covid. Mas sempre indiciou ministros para diversos governos.

De acordo com o relatório parcial, “é possível vislumbrar que os depoimentos dos colaboradores Joesley Batista e Ricardo Saud restaram corroborados por provas autônomas”.

Depoimentos de testemunhas estão entre as novas evidências coletadas pela PF. Um deles foi prestado por Reginaldo Mouta de Carvalho, dono de um supermercado que tinha uma relação comercial com a JBS.

O empresário confessou ter feito pagamentos a Gustavo Nogueira, irmão de Ciro, a pedido de Joesley Batista. Outra testemunha confirmou a propina em espécie.

O GLOBO