BRASÍLIA – Relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) indica que a dinâmica de distribuição de verbas publicitária para TVs abertas mudou no governo de Jair Bolsonaro, em relação ao praticado nos últimos anos.
Os dados de 2019 são parciais e foram compilados até 28 de junho. Eis a íntegra do documento.
O documento mostra que, diferente do praticado nas gestões passadas, o governo do capitão da reserva do Exército destinou maiores percentuais de verbas publicitárias para a Record, do bispo Edir Macedo, e para o SBT, de Silvio Santos.
As emissoras são consideradas aliadas ao Planalto e poupadas das habituais críticas do presidente a grupos de comunicação.
Tanto a Record quanto o SBT superaram até este ponto do ano a TV Globo –maior emissora do país– em verbas de publicidade do governo.
De acordo com os dados fornecidos pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), enquanto a TV da família Marinho recebeu R$ 2,6 milhões do governo até o fim de junho, a Record fechou contratos de R$ R$ 6,8 milhões e o SBT, de R$ 6,6 milhões.
O relatório do TCU destaca que um dos maiores responsáveis para o maior desembolso com as emissoras de Edir Macedo e de Silvio Santos foi a publicidade em prol da reforma da Previdência.
“É possível afirmar que, de fato, houve 1 aumento na participação das emissoras Record e SBT e 1m encolhimento da Globo, tanto no ano de 2018 quanto no de 2019. A diferenciação é acentuada entre os anos de 2018 e 2019, em que a Globo reduziu a participação em 22,74% (16,38% – 39,12%), a Record aumentou 11,42% (42,61% – 31,19%) e o SBT aumentou 11,32% (41,01% – 29,69%). E tal inversão está relacionada com a ação publicitária Nova Previdência“, aponta o relatório.
Em relação a Record e SBT, os percentuais cresceram. Os da Record foram de 26,6%, em 2017, para 31,1% em 2018 e 42,6% em 2019. No mesmo período, os do SBT cresceram de 24,8% (2017), para 29,6% (2018) e 41% (2019).
De acordo com dados da Kantar Ibope, de janeiro a outubro deste ano, a Globo teve 33,1% do público da TV, contra 14,5% do SBT e 13,1% da Record.
Os dados se relacionam às 15 principais regiões metropolitanas do país . Até 2018, a Globo recebia do governo valores mais próximos com o percentual de sua participação em audiência.
Com informações do CB