BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A minuta do golpe, documento encontrado na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, está sendo investigada pela PF, e a impressora onde foi arquivado pode ser identificada.

Se foi no Palácio do Planalto será mais fácil ainda, ou no computador do ex-ministro que esta preso.

O presidente da Associação Nacional de Peritos Criminais Federais (APCF), Willy Hauffe, disse em entrevista à CNN que existem técnicas periciais capazes de investigar a origem da minuta de decreto encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres.

“Apesar de o documento estar impresso, existem técnicas periciais que podem ser aplicadas nele. Pela análise do tipo de impressão, dependendo do tipo e qualidade da impressora, é possível uma análise de “bitmap” por exemplo, para determinar que impressora imprimiu aquele arquivo”, afirmou.

Hauffe pontuou que podem ser colhidas digitais para identificação de pessoas que tiveram contato físico com o documento. Explicou ainda que, a partir da análise do arquivo, é possível indicar possíveis “acréscimos e adulterações”.

“Em se tendo uma busca em computadores, do próprio computador do delegado Anderson por exemplo, pode ser feito uma análise para saber se aquele arquivo esteve naquele computador ou não, a partir do arquivo digital e da análise do metadado”, disse.

O especialista também falou sobre o trabalho pericial relacionado aos atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo o presidente da APCF, são vastos os vestígios que podem ser utilizados nessas investigações, como digitais, vestes pessoais e até sangue deixado no local.

“O laudo busca esses vestígios, desde impressões digitais, muito sangue, por exemplo, ficou no local e possibilita extrair um perfil genético, ferramentas, vestes pessoais. Muitas coisas são analisadas, incluindo também as imagens e outras evidências que indicarão a autoria”.