BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Antes eles preferiam fazer doações e eleger ‘amigos’. Hoje preferem doar para as campanhas deles mesmos.
Alguns dos candidatos que pretendem ocupar cadeiras no Senado e Câmara, e também vice governadorias, a partir de 2023, são donos de pequenas fortunas.
Levantamento realizado pelo jornal Correio Braziliense, com base nas declarações de bens feitas ao TSE – Tribunal Superior Eleitoral – identificou os mais ricos.
A Agência Congresso pegou carona neste levantamento. Entre eles está um velho conhecido dos capixabas, que gosta de fazer “investimentos no mercado político”.
Luiz Pastore (MDB) já é um suplente profissional. Foi suplente do falecido senador Gerson Camata (MDB) e atualmente é suplente da senadora Rose de Freitas, do mesmo partido.
Para concorrer pelo DF, Pastore transferiu seu domicílio eleitoral de Vitória (ES) para Brasília, onde tem casa. E declarou fortuna de R$ 450 milhões ao TSE. É a segunda maior fortuna entre todos os candidatos, até agora.
CAIXA DE PANDORA
O empresário paulista disputa a primeira suplência da deputada federal e ex-ministra Flavia Arruda (PP), que lidera as pesquisas no DF. A contribuição de Pastore à campanha passa de R$ 1 milhão. Todos apoiam Jair Bolsonaro para presidente.
Flávia é mulher do ex-governador José Roberto Arruda, que foi preso na operação Pandora e condenado a 7 anos, 6 meses em regime inicial fechado e pagamento de multa por decisão da 7ª Vara Criminal de Brasília.
O caso também conhecido como “Mensalão do DEM”, estourou em 2009. 48 pessoas respondem até hoje por desvios de verbas do GDF.
VICE MILIONÁRIO
Candidato a vice-governador da chapa encabeçada por Paulo Otávio, ao governo do DF, o advogado bolsonarista Felipe Belmonte (PSC), declarou R$ 72,7 milhões em bens ao TSE.
Ele é presidente do PSC no DF e marido da deputada Paula Belmonte, do Cidadania. Luiz Felipe seria presidente do partido que Bolsonaro tentou criar, o Aliança Pelo Brasil, e fez grandes doações a aliados e ao filho Renan, do presidente.
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Outros candidatos ricos
Paulo Otávio, que disputa o DF, é o mais rico de todos, apresentou uma extensa lista de investimentos, participações em empresas, aplicação de renda e fundo de investimento imobiliário.
A maior delas no valor de R$ 514 milhões, referentes a “quotas ou quinhões de capital” — opção para declarar empresas de formato jurídico.
Já o hoje deputado distrital José Gomes (PP), a advogada e triatleta Adriana Mangabeira (PSD) e o advogado Paulo Roque (Novo), acumulam, juntos, fortuna e 270 milhões. Todos querem vaga na Câmara Federal.
No entanto, as apresentações de bens dos postulantes à Câmara dos Deputados refletem a desigualdade de Brasília. Os três mais ricos têm patrimônios que somam mais de R$ 270 milhões, respondendo por 63,5% do total dos R$ 426,5 milhões informados por todos os 204 candidatos ao cargo de federal.
Além desses, 43 declararam bens que superam R$ 1 milhão, enquanto 56 informaram não ter patrimônio. Com essas disparidades, os mais ricos elevam a média do patrimônio dos concorrentes, fenômeno similar ao que ocorre com o cálculo da renda média dos brasilienses.
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