O projeto seguiu para a Câmara dos Deputados e pode ser aprovado durante o mês de novembro, na volta do recesso após as eleições.
A decisão ignorou argumentos referentes aos malefícios à saúde, bem como a movimentação global em prol da diminuição do consumo de bebidas açucaradas.
O decreto acabando com o subsídio, do presidente Michel Temer, surgiu em meio à greve dos caminhoneiros, e fazia parte de um pacote de medidas para compensar a redução de R$ 0,46 do litro do diesel.
O pacote de bondades custará R$ 13,5 bilhões aos contribuintes brasileiros.
“Enquanto a Organização Mundial da Saúde e associações profissionais do mundo discutem o aumento de impostos para bebidas açucaradas, subsidiar o setor vai contra a tendência internacional.
Nos países com taxação desses produtos, há redução da compra e, consequentemente, redução do consumo”, afirmou a dra. Maria Edna de Melo, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO).
De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas, do Ministério da Saúde, mais da metade da população nas capitais brasileiras está acima do peso.
A decisão contraria, ainda, a tentativa da ANVISA de contribuir para uma educação nutricional voltada à busca de uma dieta mais saudável ao mudar a rotulagem de alimentos, de forma que as informações nutricionais fiquem mais claras.
“A indústria também tem um compromisso social e isso deveria ter um peso maior quando estamos tratando de saúde. Quem deveria se beneficiar do subsídio oferecido pelo governo é quem produz frutas, verduras e legumes, que são os alimentos que precisam estar mais presentes na rotina das pessoas”, conclui a presidente da ABESO.
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