Na votação da primeira denúncia, apenas dois deputados votaram contra a continuidade de investigação. O mesmo deve ocorrer com a nova denúncia.

BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – A bancada capixaba reagirá de forma semelhante à nova denúncia contra o presidente Michel Temer, assim como se manifestou na votação da primeira denúncia encaminhada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na oportunidade a maioria dos parlamentares capixabas (oito dos dez) votou pela continuação da investigação e o consequente afastamento do presidente.

Apenas os deputados Lelo Coimbra (PMDB), líder da maioria que apoia o governo Temer, e Marcus Vicente (PP), votaram contra a continuidade da investigação. Todos os demais votaram contra Temer.

Caso, desta vez, a Câmara aceite a nova denúncia, Temer será obrigado a se afastar do cargo por 180 dias para se defender das acusações diretamente no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).

Procurados pela AGENCIA CONGRESSO, os dois deputados aliados de Temer não estavam mais em Brasília para falar sobre a nova denúncia que acusa o presidente da República de “obstrução da justiça” e de participar de uma “organização criminosa”.

Urgência

O deputado Evair de Melo (PV) afirmou que o STF “deve encaminhar de imediato para a Câmara” o novo pedido de investigação contra Temer.

“Irei tratar esta denúncia como tratei a primeira. Não tenho duvida de que vou avaliá-la e espero que o presidente possa rebater com argumentos sólidos a acusação. Se rebater com argumentos fajutos como fez na primeira, votarei favorável a denúncia”, falou o deputado do PV.

Favorável

Para o deputado Carlos Manato (SD), o sentimento é o mesmo quando da análise da primeira denúncia encaminhada, onde foi a favor.

“Sou favorável à investigação. Eu não sei o teor a fundo, ainda, mas de qualquer forma votarei para prosseguir a investigação e a apuração”, comentou.

Mais provas

Já a deputada Norma Ayub (DEM) afirma que seja bem possível a segunda denúncia conter até mais conteúdos comprobatórios do que a primeira, mas reconhece que o governo Temer possui uma base de sustentação que pode barrar a nova denúncia.

“Eu continuo favorável ao prosseguimento da ação para o STF apurar e julgar. A população exige que a justiça seja efetivamente aplicada em nosso país”, se manifestou.

Quadrilha

Por sua vez, o deputado Paulo Foletto (PSB) diz que os “termos jurídicos pouco importam” na hora do plenário decidir se aceitará, ou não, a investigação e afastamento por 180 dias do presidente.

“Estamos vendo todos os dias. A Polícia Federal está agindo, mostrando e nada está a acontecendo. Esse é um governo de quadrilha. Apesar de que fomos favoráveis ao impeachment da [presidente] Dilma devido a comoção popular e na expectativa de melhorar, esse governo quadrilheiro emaranhado de corrupção, continuará existindo. Estamos todos decepcionados com o que estamos vendo. Esse R$ 51 milhões encontrados na casa do Geddel foram a pá de cal. Farei a minha parte e votarei favorável a nova denúncia”, disse o socialista.

Culpado

Por fim, o deputado Sérgio Vidigal (PDT), afirmou que essa segunda denúncia contra o presidente Temer só vem reforçar a culpa dele e que ele não tem mais condições de presidir o Brasil.
“Por isso, voto a favor desse processo no plenário e de todos os outros que possam vir e chegar a Casa. Defendo a convocação de novas eleições para que a população tenha o direito de escolher o seu governante”, falou o pedetista.

Os deputados Givaldo Vieira (PT), Hélder Salomão (PT) e Jorge Silva (PHS) que votaram favoráveis ao prosseguimento da primeira denúncia contra Temer por corrupção passiva não retornaram o contato até o fechamento da edição.-