BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A decisão que a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) irá tomar nesta terça-feira, 20, se aceita, ou não, o pedido de prisão do Ministério Público contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) poderá culminar com a saída dos tucanos do governo Temer.
A Procuradoria-Geral da República acusa Aécio de atrapalhar as investigações e tentar usar sua influência para obstruir os trabalhos da Justiça. O senador mineiro é acusado de receber recursos oriundos de corrupção.
A decisão que será dada pelo STF é ansiosamente aguardada tanto por governistas, quanto por oposicionistas, além dos próprios peessedebistas.
De acordo com parlamentares ouvidos pela Agência Congresso, a prisão de Aécio Neves pode provocar o fim do governo do presidente Michel Temer.
Para o deputado federal Carlos Manato (SD-ES) a situação é grave: “Se Aécio for preso e perder o mandato, o PSDB sairá sim do governo Temer”, diagnosticou o capixaba.
O seu partido, Solidariedade é aliado do governo Temer, mas contrário as reformas Trabalhista e Previdenciária.
Alckmin
Favorável à aprovação das duas reformas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que independentemente do governo Temer continuar existindo, o importante é concluir as reformas.
Uma das principais forças do tucanato, Alckmin declarou que “podemos sair da base a qualquer momento”.
Segundo ele, “sair [do governo] é deixar de ter ministério, o que, aliás, eu acho completamente secundário”.
“Quando houve o impeachment [da Dilma], fui contra que o PSDB ocupasse ministérios, sempre fui. Não deveria ter entrado, indicando ministros, mas a maioria decidiu”, completou.
Juventude tucana
A declaração do governador paulista favorável ao rompimento com o presidente Temer vai na mesma linha do que prega a juventude do PSDB.
Após mais de dez anos sem participar dos congressos da União Nacional dos Estudantes (UNE), o movimento jovem dos tucanos que enviou 148 integrantes ao congresso da entidade realizado em Belo Horizonte (MG) se pronunciou pelo “Fora Temer” e favorável a prisão de Aécio e pela antecipação das eleições.
“Já estávamos em Belo Horizonte quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou em eleições diretas. Não é um problemas para nós, desde que seja respeitada a Constituição”, falou o presidente do movimento Jovem do PSDB, Henrique do Vale, ligado ao governador tucano paranaense Beto Richa.
“Defendemos sem dúvida o ‘fora, Temer’, a entrega dos cargos do PSDB no governo e avaliamos que o senador Aécio Neves não tem mais condições morais de continuar na presidência do partido”, concluiu o dirigente tucano.
Por Humberto Azevedo