BRASÍLIA -AGENCIA CONGRESSO – Um festival de horrores. Ameaça às instituições como o STF e até de prisão de prefeitos e governadores. Tentativas de atropelar o Congresso nas questões do Meio Ambiente, e ataques a imprensa.

Oito senadores comentaram no Twitter o conteúdo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, liberado parcialmente nesta sexta-feira (22) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.

O vídeo mostra um país desgovernado. Nada é tratado sobre a maior crise de saúde que o país enfrenta, a Covid- 19. A prioridade é apenas atender as reclamações do presidente de que não está sendo respeitado.

Segundo o site do STF, a decisão do ministro foi tomada no âmbito do Inquérito 4831, no qual são investigadas as declarações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro sobre “a suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal”.

Celso de Mello também autorizou o acesso à íntegra da degravação do vídeo. Foram suprimidos apenas “trechos específicos em que há referência a dois países com os quais o Brasil mantém relação diplomática”.

Manobra – O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, criticou o que, no seu entender, é uma manobra do governo: valer-se da atenção que o país dedica no momento aos problemas causados pela pandemia da covid-19 para estimular ações danosas ao meio ambiente.

“Aproveitar a pandemia para fazer negócio com a Amazônia? O ministro Ricardo Salles disse isso em plena reunião ministerial: que é preciso “aproveitar” o caos das mortes pra passar “a boiada” em medidas pró-destruição do meio ambiente. Esse é o governo Bolsonaro! Veja!”, tuitou Contarato.

O senador anunciou que Salles será convocado ao Senado para explicar sua proposta anticonstutucional. Na Câmara deputados de oposição se mobilizam com a mesma intenção.

Lider do Novo, o deputado Paulo Ganime também tuitou: “Você achou a reunião ministerial vergonhosa, esperava algo mais organizado, com pauta, plano de ação, linguajar adequado, discussões sobre como enfrentar a pandemia? Eu também. Mas isso não deveria surpreender ninguém, esse sempre foi o perfil do presidente que o povo elegeu”, afirmou.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) postou uma foto em que sugeria também punição dura para o ministro da Educação: “Cadê a ordem de prisão contra Weintraub? Não tem conversa alguma. Tem que ser preso urgentemente!”.

Em texto publicado logo depois, o senador corroborou a acusação de Moro com relação às tentativas de Bolsonaro de intervir na Polícia Federal.

Randolfe primeiramente reproduziu uma das falas do presidente na reunião: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e não consegui. E isso acabou. Não vou deixar f* minha família toda”.

Em seguida, o parlamentar apresentou sua interpretação sobre o sentido das palavras de Bolsonaro: “interferência na Polícia Federal”.

Esse tuíte do senador pelo Amapá tem referência a outra manifestação de Bolsonaro — “Quero o povo todo armado” — que recebeu igualmente uma observação de Randolfe, na forma de pergunta: “O povo ou a sua milícia?”.

Louco – “Pelos menos duas demissões são urgentes e imperativas dentro do governo, após a divulgação da gravação do dia 22. A primeira é do ministro da Educação, Weintraub. A segunda é do presidente. Bolsonaro não tem condições de governar. É completamente louco. Ponto final’, divulgou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).

Com informaões da Agência Senado