Senadora Rose de Freitas

 

Por Lanna Silveira e Marcos Rosetti

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A senadora Rose de Freitas (MDB/ES), aos 73 anos, concorreu ao seu nono mandato em uma das eleições mais polarizadas da história. Liderou a corrida pela única vaga ao Senado até 24 horas antes da eleição.

Mas no dia 2 de outubro seus votos não apareceram. Já os eleitores do principal concorrente, Magno Malta (PL), somaram 887 mil votos. Rose ficou com 743 mil votos. O apoio do presidente Bolsonaro foi fundamental para eleger Magno, campeão de rejeição no ES.

Rose conversou com a Agência Congresso sobre suas expectativas para os próximos anos. Essa semana ela retorna a Brasília após se licenciar do mandato que só acaba em 31 de janeiro de 2023.

Questionada sobre como lidou com a derrota, a senadora reclamou: “não fui derrotada, fui a mais votada em 49 municípios, e a segunda mais votada nos demais. Nosso trabalho se refletiu nas urnas, os mais de 700 mil votos provam que nós fizemos um bom trabalho pelo Espírito Santo”.

Presidente da Assembleia, Erick, ao centro, achava que como ‘novo’, teria chance. Ficou em terceiro lugar.

A diferença de votos entre Rose e o senador eleito, Magno Malta, foi de pouco mais de 60 mil votos. A senadora afirma que a candidatura do deputado estadual Erick Musso ao Senado, tirou votos que seriam importante para ela.

Erick fez campanha dizendo “chegou a hora do povo”. Só esqueceu de combinar com o povo, que o deixou sem mandato. Ele teve apenas 17% dos votos.

Magno também usou expediente proibido por lei, ao veicular vídeos do presidente Bolsonaro pedindo votos para ele, durante cultos em igrejas evangélicas. A senadora diz que não pretende recorrer contra o adversário.

Os três mais votados tiveram o seguinte desempenho:

  • Magno Malta (PL): 41,95%

  • Rose de Freitas (MDB): 38,17%

  • Erick Musso (Republicanos): 17,25%

“Se o Erick tivesse chance de ser eleito, eu entenderia a candidatura dele, mas ele não tinha chance e ainda tirou votos de quem teria condições de ganhar. Foi uma estratégia ruim”, afirmou Rose.

Rose pode integrar equipe de Casagrande para tocar projetos federais

No Senado Federal, Rose teve forte atuação na pauta municipalista e feminina, chegando a representar o país na ONU, onde debateu temas como a defesa dos direitos das mulheres, o empoderamento econômico, a liderança e participação política, além de ações de tratamento das mulheres na mídia, no esporte e nas universidades.

A senadora lamentou a diminuição da representatividade feminina na bancada Capixaba, a partir de 2023, que hoje conta com 4 mulheres e na próxima legislatura terá apenas uma integrante feminina, a deputada eleita Jack Rocha (PT).

“Confio no potencial da Jack para representar a mulher capixaba. A voz dela vai ecoar e acho que ela irá se multiplicar em 10 para dar conta de tudo. Fiquei muito feliz com a eleição dela.”

VITÓRIA DE LULA

Sobre a vitória de Lula na presidência e Renato Casagrande no governo do Espírito Santo, a senadora diz estar confiante no poder de articulação do governador para trazer o melhor para o estado.

“Renato Casagrande nunca foi um governador que isolou o estado, ele sempre manteve a interlocução com o governo federal e deve manter, novamente. Ele já governou o ES enquanto Lula foi presidente”.

FAMÍLIA

Para os próximos anos, Rose diz estar cansada e que quer passar um tempo coma  família. “Faz 5 anos que não vejo meu filho, (mora no exterior) minha prioridade agora é reencontrá-lo e recuperar o tempo que estou devendo para eles, devido ao trabalho”.

Sobre a continuidade da vida política, a senadora diz ser “uma mulher que tem essa visão, essa causa, de trabalhar pelo Brasil e pelo Espírito Santo, demos início a muitos projetos importantes para o Estado e pretendo continuar atuante neles” e fecha com o clássico, mas sempre atual “a luta continua”.

https://g1.globo.com/es/espirito-santo/eleicoes/2022/noticia/2022/10/01/pesquisa-ipec-votos-validos-rose-de-freitas-tem-44percent-e-lidera-disputa-pelo-senado-no-es.ghtml

*Pesquisa Ipec, votos válidos: Rose de Freitas tem 44% e lidera disputa pelo Senado no ES*