Deputado do PP nega que tenha existido traição na campanha no ES

ENTREVISTA A LANNA SILVEIRA –

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Para quem achou que a onda de renovação política tinha ficado em 2018, os eleitores capixabas mostraram o contrário. Dos 10 deputados federais eleitos para a próxima legislatura, cinco são estreantes na Câmara Federal.

Cinco deputados foram reeleitos (Amaro Neto, Evair de Melo, Josias da Vitória, Paulo Foletto e Helder Salomão). A Agência Congresso conversou com o ainda coordenador da bancada do ES, Da Vitória (PP) sobre a reeleição e expectativas para o próximo mandato.

Para Da Vitória, o aval da sociedade representado pela reeleição traz muita satisfação, “estou muito feliz, grato, e com muita vontade de devolver essa confiança para a sociedade”, afirmou. O parlamentar teve votação menor nesta eleição. Em 2018 foi eleito com 74.787. Conquistou o segundo mandato com 71.779 votos, aos 51 anos de idade.

Perguntado se houve traição do seu partido (PP) na eleição majoritária – a candidata apoiada pelo governador Casagrande, Rose de Freitas (MDB) ao Senado não teve apoio do deputado, apesar de estarem coligados.

Da Vitória estava coligado com Casagrande mas deu apoio ao rival Erick Musso (Republicano)  que ficou em terceiro lugar na corrida pela única vaga ao Senado.

“Nosso partido [Progressistas] era independente e nossa escolha de apoiar o Erick como candidato ao Senado foi boa para o governador, já que teve um concorrente a menos para o governo”, desconversou.

Atuação Legislativa

O deputado conseguiu boa visibilidade como coordenador da bancada capixaba no Congresso. No entanto, sua produção legislativa não está entre as mais expoentes da atual legislatura.

Para ele, o Congresso já tem projetos de lei demais. “Você tem de tudo quanto é tipo, resolve até a guerra da Ucrânia e da Rússia se quiser, o negócio não é você apresentar x projetos ou aprovar uma certa quantidade de projetos. Minha atuação mais importante, que fez com que eu alcançasse a vida de todos os brasileiros, não foram iniciativas minhas.”

O parlamentar citou como exemplo a lei complementar 186/2021, que aumentou o prazo para incentivos fiscais ao Espírito Santo, da qual foi relator. “O Espírito Santo seria o estado que mais perderia, aproximadamente R$ 4 bilhões por ano. Comprometeria salários, investimentos em todas as áreas, então consegui convencer vários estados, e o relatório foi aprovado na íntegra”, completa.

Desde 2019, o parlamentar apresentou 374 propostas legislativas, das quais 21 foram Projetos de Lei. No entanto, nenhum foi aprovado. O parlamentar fez parte das comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Minas e Energia, Viação e Transportes, Finanças e Tributação.

Gastos

Em relação à cota parlamentar, Da Vitória teve um gasto de R$ 1.570.273,31, dos R$ 1.684.075,95 disponíveis. Em seu gabinete, o deputado possui 23 assessores ao custo de R$ 111.559,84, em julho/22. Cada deputado federal tem disponível R$ 111.675,59 de verba para a contratação de até 25 assessores.