BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A defesa de Ibaneis Rocha (MDB), governador afastado do Distrito Federal (DF), anunciou que vai entregar a PF, nesta segunda-feira (23), o celular do governador.

Em nota a defesa afirmou que Ibaneis não estava em Brasília na sexta (20) quando a policia fez busca na sua residência, mas que faz questão de ter o telefone periciado.

“Como já dito, ele não tem nada a esconder e é o maior interessado na plena apuração dos fatos”, diz a nota.

A defesa trabalha com a hipótese de que o governador foi vítima de seus subordinados e enganados por bolsonaristas que estavam na sua equipe. E que deve voltar ao cargo após o Carnaval, antes portando dos três meses de afastamento.

Integrados às forças de segurança do DF, agentes bolsonaristas teriam participado da tentativa de golpe contra o presidente Lula. O principal articulador do movimento teria sido o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que está preso.

BOI DE PIRANHA

Torres também teria usado como ‘boi de piranha” seu substituto na Secretaria de Segurança do DF. O ex-secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, Fernando Oliveira, assumiu ”no escuro”. Ele prestou depoimento quarta-feira (18) à Polícia Federal e entregou seu ex-chefe

Afirmou que no dia 6 de janeiro Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro, aprovou o plano de ações integradas que embasou o policiamento no dia 8, quando as sedes dos Três Poderes foram depredadas por apoiadores do ex-presidente.

No depoimento, Oliveira ( de óculos) disse que Torres viajou para os Estados Unidos e nem sequer o apresentou para o governador Ibaneis Rocha ou para os comandantes das polícias como secretário em exercício.

Disse ainda que Anderson Torres viajou antes do início das férias dele, dia 2, previstas para iniciar no dia 9. Antecipou em uma semana suas férias para não ver o circo pegar fogo.

Planalto sinaliza que não renovará intervenção na segurança do DF

O governo do Distrito Federal já recebeu sinalizações claras do governo Lula de que não há planos de estender a intervenção federal na área de segurança para além do dia 31 deste mês.

A medida foi decretada por Lula no dia 8 de janeiro, em meio aos atos golpistas que culminaram na invasão e depredação dos prédios dos três Poderes. Desde então, a área de segurança do DF está sob a responsabilidade do interventor Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça.

A governadora em exercício do DF, Celina Leão, disse a membros do governo federal que pretende escolher um policial federal para assumir a Secretaria de Justiça e Segurança Pública assim que retomar o comando da área.

Integrantes do governo Lula comunicaram à governadora que não vão opinar sobre nomes, mas ponderaram sobre a importância de um critério: que haja capacidade de diálogo constante com o Ministério da Justiça.

(Agência Congresso com CNN e Estadão)