Novo comandante do Exército defendeu a democracia e o respeito ao resultado das urnas

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Demitido neste sábado (21) do posto de comandante do Exército, o general Júlio César Arruda convocou o Alto do Comando da Força nesta manhã para anunciar a sua saída.

Ele foi escolhido pelo critério da antiguidade, mas era bolsonarista. A reunião, chamadas às pressas por Arruda, ocorreu por vídeo conferência, hoje ao meio-dia. Coube ao próprio Arruda informar os colegas sobre seu desligamento.

A demissão, determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pegou generais de surpresa, principalmente por ocorrer um dia após a reunião entre os comandantes das Forças e o petista, no Palácio do Planalto. Depois do encontro com o presidente, ontem, Arruda relatou a interlocutores que a conversa havia sido positiva.

A troca de comando, segundo O GLOBO apurou, está relacionada à falta de alinhamento do general com Lula e ao comportamento do militar diante de acampamentos antidemocráticos que se instalaram em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.

Na avaliação de integrantes do governo, Arruda teria protelado a desocupação dos alojamentos e, após a invasão às sedes dos Poderes, não vinha contribuindo para o processo de pacificação entre o presidente e a caserna, mostrando-se resistente.

Na noite do domingo (8/1), quando homens do Exército impediram a desmontagem do acampamento em frente ao Quartel-General, em Brasília.

A desmontagem havia sido ordenada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Policiais militares que tentaram cumprir a ordem foram impedidos por integrantes do Exército.

Arruda vinha resistindo a revogar a designação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, para comandar o 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de Operações Especiais.

Cid foi escolhido para o posto em maio, durante a gestão anterior, mas só o assumiria em fevereiro. O Planalto já havia indicado que esperava que Arruda anulasse a nomeação.

O general também mandou botar tanques na entrada do acampamento dos golpistas, dia 9, para evitar a prisão de bolsonaristas após os atos terroristas de 8 de janeiro

O novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, fez um pronunciamento defendendo a democracia e afirmou que o resultado da eleição deve ser respeitado.

(Com Metrópoles e Agência Globo)