(Foto: Reuters/Carla Carniel | Reprodução)

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Um levantamento realizado nos últimos cinco meses pelo UOL, com base em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e relatório final da CPI da Covid, revelou que a cada cinco difusores de notícias falsas no Brasil, um é ligado à classe política.

O PL, partido de Jair Bolsonaro, abriga quase metade dos políticos identificados, totalizando 34 dos 70 incluídos na pesquisa. Entre as ações e inquéritos listados, houve pelo menos 480 casos de disseminação de informações falsas.

Bolsonaro, por exemplo, foi multado entre R$ 30 mil e R$ 5 mil por compartilhar notícias falsas online, como aquelas que associavam o presidente Lula (PT) ao Primeiro Comando da Capital (PCC) ou que afirmavam que Marcos Willians Camacho, também conhecido como Marcola, líder dessa facção criminosa, votaria no petista.

Em junho de 2023, Jair Bolsonaro também foi sancionado pelo TSE e se tornou inelegível por oito anos após questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas.

O processo teve início com uma reunião no Palácio da Alvorada na qual ele colocou em dúvida a integridade do sistema eleitoral sem apresentar provas. Além disso, Bolsonaro também enfrenta investigações por ataques aos ministros do STF.

ALOPRADOS – Os filhos de Bolsonar o, Carlos, Eduardo e Flávio, também tiveram conteúdo removido das redes sociais. Carlos e Flávio Bolsonaro compartilharam postagens sem evidências que alegavam que Lula consumia álcool antes de eventos de campanha. Flávio e Eduardo também foram multados em R$ 30 mil por divulgar conteúdo que ligava o presidente a drogas e aborto.

Além do clã Bolsonaro, ex-membros do governo anterior que usaram sua popularidade para se elegerem ao Congresso pelo PL também estão na lista, incluindo a senadora e ex-ministra Damares Alves, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, bem como outros ex-ministros, como Mário Frias, Ricardo Salles e Eduardo Pazuello. Antigos aliados de Bolsonaro também estão envolvidos, como Carla Zambelli, Bia Kicis, Carlos Jordy e Filipe Barros.

Nos últimos quatro anos, as redes sociais foram inundadas por desinformação direcionada a Lula. O petista foi alvo de 112 indivíduos e empresas. Páginas como Brasil Paralelo, Jovem Pan e Folha Política, assim como figuras famosas como Milton Neves e Latino, foram responsáveis por atacar Lula.
O STF e seus ministros também foram alvo dos propagadores de notícias falsas, com um total de 46 pessoas sendo punidas ou investigadas por atacar a instituição. Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Edson Fachin foram citados nominalmente como vítimas.
(Com UOL e Agências)