BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Homem forte no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente e um dos fundadores do PT, José Dirceu defendeu a reorganização do partido enquanto força política para fazer frente à direita no cenário polarizado do país.
Ex-ministro – chefe da Casa Civil entre 2003 e 2005, Dirceu ainda fez críticas veladas à postura da presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, diante de decisões tomadas por Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda.
”Nesses anos, houve uma mudança social e cultural enorme por causa do neopentecostal, do fundamentalismo religioso, por causa da força dos partidos de direita. E nós recuamos, a esquerda como um todo” afirmou Dirceu, em entrevista ao Pod13, do PT da Bahia.
“Hoje, o país está muito politizado, e a direita está ganhando essa disputa político-eleitoral”.
Na avaliação do ex-dirigente petista, a prioridade da legenda deve ser a reorganização do partido para retomar a expressão política que teria se perdido nos últimos anos.
E esse movimento, para Dirceu, deve vir também da sustentação dada ao governo pelo próprio PT, sobretudo em medidas anunciadas e defendidas pela gestão Lula.
“Discutir, debater dentro da bancada, dentro do ministério, dentro do partido e com o governo, tudo bem. Mas quando o governo apresenta uma política, nosso papel é apoiar. No caso do Haddad, é quase uma covardia nós não darmos apoio total a ele para todas as medidas que ele queria, porque transformam o déficit zero em um mal menor”, acrescentou.
Dirceu, sem citar nominalmente Gleisi, que travou diversos embates públicos com o ministro da Fazenda ao longo do ano passado.
“Esquerda só se une na cadeia”
