BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Após declarar apoio a Jair Bolsonaro na pandemia, o empresário Luiz Renato Durski Junior, dono do Grupo Madero, disse estar endividado e arrependido das críticas feitas ao isolamento social e do apoio ao ex-presidente.

No segundo trimestre do último ano, a dívida da empresa estava em R$ 1 bilhão. De lá para cá não melhorou.

Apesar do desempenho negativo, o CEO disse não acreditar em ‘sabotagem’ do público’.

Nem todos que comiam no Madeiro eram petistas. Mas meter seu negócio em política deu muito errado.

Meu avô tava certo

Apesar do desempenho negativo, o CEO disse não acreditar em ‘sabotagem’ do público. “Se me perguntar: ‘Faria de novo?’ Não, eu iria seguir a recomendação do meu avô e tocar a vida”, declarou em entrevista ao jornal O Globo no último domingo (4/6).

O empresário revelou que não deveria ter declarado apoio ao ex-presidente e lembrou das palavras do avô: “Junior, quem abriu comércio não tem candidato, não tem político. Não pode tomar partido muito fácil, porque para o negócio não é bom”.

“A torcida é muito grande para que tudo dê muito certo. E naquilo que a gente puder ajudar é o que tem de acontecer. O Brasil é um país maravilhoso, forte, com um povo muito trabalhador, uma potência mundial em trabalho, em território, que é abençoado. Já passamos por tanto. Está difícil, mas nunca foi fácil”, emendou.

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Mesmo com as dificuldades, Durski Junior disse estar confiante no futuro. “Não é que eu não entenda, mas o meu negócio no Madero, é fritar hambúrguer. O input dos bancos está bem mais devagar do que deveria, mas a perspectiva é que vai melhorar, que o mercado devagarinho vai retomando, como está retomando. O mercado de capitais deve abrir. Ninguém sabe quando, mas a gente tem de estar pronto”, afirmou.

No auge da pandemia, o empresário declarou que “o Brasil não poderia parar por causa de 5 ou 7 mil mortes”.

A entrevista em que o CEO relata seu arrependimento gerou uma enxurrada de críticas nas redes sociais. “Diria eu sinto muito. Mas não sinto, principalmente pra uma pessoa que não teve o mínimo de sensibilidade pelas vítimas de covid”, escreveu uma internauta, em seu perfil no Twitter.

“Literalmente, a conta chegou. E muito rápido. Endividamento enorme. E isso é só o início. Arrependimento não paga dívidas, nem traz de volta os milhares de mortos, vítimas do negacionismo e da ganância. Está pagando pelas escolhas malditas que fez”, disse outro usuário da plataforma.