BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A influência do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, sobre áreas estratégicas da máquina pública tornou-se um foco de desgaste para o governo.

Os problemas começaram com a divulgação das irregularidades na gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), presidido por Marcelo Ponte, ex-chefe da gabinete do ministro.

Após ser indicado ministro ele se tornou o segundo homem mais forte do governo. Superou o presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.

Cria de Severino Cavalcanti, deputado de PE que foi afastado da presidência da Câmara por receber ‘mensalinho’ dos restaurantes da Casa, Ciro esta no seu melhor momento.

Não é candidato a nada e tem a chave do cofre. Ex- aliado de Lula, na sexta-feira, a Polícia Federal concluiu que Nogueira praticou os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Teria recebido da J&F mais R$ 5 milhões para o PP apoiar a candidatura de Dilma. Esses últimos acontecimentos geraram um mal-estar no Palácio do Planalto, especialmente entre alguns integrantes da ala militar.

No entorno do presidente, a avaliação é que, no momento, o titular da Casa Civil segue inabalável no cargo, já que a sua saída poderia causar prejuízo político à campanha. Ciro é um dos coordenadores.

CHAVE DO COFRE

Auxiliares de Bolsonaro passaram a questionar o custo de ceder a chave dos cofres públicos a líderes do Centrão. Embora ocupe um dos ministérios mais importantes do Executivo, Ciro jamais teve apoio da ala militar.

SEVERINO, MESTRE DE CIRO

Presidente licenciado do PP, um dos pilares do centrão, Nogueira tomou posse em agosto do ano passado, dizendo que desempenharia o papel de “amortecedor” da administração Bolsonaro, pacificando as relações com os Poderes Judiciário e Legislativo.

Sua chegada, porém, provocou uma perda de influência dos militares no Planalto. Os antecessores imediatos de Nogueira são de origem das Forças Armadas. Foram eles os generais da reserva: Luiz Eduardo Ramos (deslocado para a Secretaria-Geral) e Walter Braga Netto (depois transferido para a Defesa).

Além disso, por ser um nome do Centrão, Nogueira não foi bem-visto por boa parte do núcleo ideológico bolsonarista, que era mais reticente a acordos com o bloco de partidos.

Entretanto, a reforma ministerial realizada no fim de março devolveu poder aos militares. Flávia Arruda, deputada federal do PL, deixou Secretaria de Governo e foi substituída por Célio Faria Júnior, ex-chefe de gabinete de Bolsonaro.

Apesar de ser civil, ele atuou por 20 anos como assessor da Marinha. Ao mesmo tempo, Braga Netto, que estava na Defesa, voltou ao Planalto, mas agora como assessor da Presidência. (Com Agência Estado)