AGENCIA CONGRESSO – O GLOBO – Registros do “disque-denúncia” do Rio de Janeiro usados na investigação do caso Marielle evidenciam o envolvimento de Robson Calixto (o Peixe), assessor de Domingos Brazão na Alerj e no TCE-RJ, com a atividade de milicianos.

Robson foi um dos que intermediaram encontro entre os Brazão e Ronnie Lessa, assassino da vereadora, segundo as investigações.

Esses relatos anônimos feitos à Polícia do Rio indicam que Robson era encontrado nos dias 15 e 30, todos os meses, em uma igreja evangélica de Silas Malafaia próxima à UPP da Taquara, na Zona Oeste, para receber a quantia arrecadada na região devida à milícia.

Samba, milícia e morte

O ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL), foi contratado pelo bicheiro Bernardo Bello para executar a então presidente da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, Regina Celi.

A informação consta no relatório da Polícia Federal (PF), que teve seu sigilo levantado neste domingo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o documento, o plano foi tramado durante a campanha de reeleição de Regina, que postulava um terceiro mandato.

Farinha do mesmo saco

O delegado Rivaldo Barbosa foi indicado para ocupar a secretaria de Polícia Civil uma semana antes do assassinato de Marielle Franco e assumiu o cargo na véspera do crime.

Quem o promoveu — Barbosa ocupava então a Delegacia de Homicídios — foram os generais Braga Netto e Richard Nunes.

Espião infiltrado no PSOL

A Polícia Federal aponta que havia um miliciano infiltrado no PSOL, partido de Marielle Franco, para levantar informações sobre sua atuação parlamentar.

Laerte Silva de Dilma teria se filiado 20 dias depois do segundo turno das eleições de 2016 e também seria o vínculo direto entre o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão.

Ambos foram presos preventivamente por suspeita de serem os mandantes da morte da vereadora.

Na delação premiada firmada com a PF e a Procuradoria-Geral da República, Ronniel Lessa relatou que a primeira reunião com os irmãos Brazão ocorreu por volta de setembro de 2017, quando foi acertada a execução de Marielle.

O ex-policial militar está preso acusado de ser o responsável pelos tiros que atingiram a parlamentar.

fonte: O GLOBO