Nésio saiu do governo Casagrande para integrar o governo Lula.

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Por ordem do presidente Lula, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, exonerou ontem, quarta-feira, 21, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes.

O médico sanitarista foi secretário da Saúde no ES, na segunda gestão de Renato Casagrande (PSB), de 2019 a 2022. Ele é membro do PCdoB.

Trata-se de uma baixa para o estado que conta com poucos membros em cargos estratégicos do governo federal.

Fernandes presidiu o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde). Mas estava contrariando interesses do Centrão.

A cabeça dele foi pedida pessoalmente pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP/AL), ao presidente Lula, semana passada.

Quem assume no lugar é o diretor de Programa da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço de Oliveira.

A Atenção Primária à Saúde é responsável por programas como o Mais Médicos, Saúde na Escola e Brasil Sorridente.

A exoneração acontece após um requerimento do presidente da Câmara e líderes partidários questionando a ministra sobre os critérios para a distribuição de verbas da Atenção Primária e da Alta Complexidade.

O documento, assinado por Lira em 5 de fevereiro, também traz perguntas sobre os critérios de pagamento das emendas parlamentares.

A solicitação ocorreu em meio à irritação de líderes com a falta de cumprimento de acordos entre o Executivo e o Congresso.

De acordo com aliados de Lira, o Planalto havia prometido o repasse de R$2 bilhões em emendas de saúde, mas R$300 milhões foram pagos.

A reclamação de líderes do Centrão era de que certos municípios recebiam mais recursos do que deveriam, e outros menos. Para eles, a diferença de valores contribuiu para o cenário conturbado na Câmara.

O requerimento foi assinado por líderes do PDT, Republicanos, União Brasil, PSDB, Podemos e PL.

Além disso, servidores da pasta afirmaram à reportagem que o secretário da Atenção Primária acumulava divergências com a equipe e com a cúpula do ministério. Dentro da secretaria, a gestão dele não era unanimidade.

Com Agência Estado