BRASÍLIA – O presidente Michel Temer acompanhará de perto o esforço de votação na
Câmara dos Deputados e no Senado, procurando demonstrar resistência.

O sucesso na formação de um quórum expressivo da base aliada para analisar projetos,
não necessariamente de interesse do governo, será considerado uma vitória parcial do
presidente, porque revelará a disposição dos aliados de enfrentar a crise política ao
lado do pemedebista.

A estratégia é tentar transmitir um clima de “normalidade” do Congresso, de forma
que mais adiante, seria possível prosseguir com a análise das reformas.

À noite, Temer foi a um jantar na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), para reunir-se com líderes governistas.

“Vamos enfrentar a obstrução da oposição, mas esta [convalidação dos incentivos
fiscais] é uma matéria boa para os Estados. Obstrução é do jogo, ainda mais nesta
semana”, disse ao Valor o líder do governo no Congresso, deputado André Moura
(PSC-SE), que se reuniu com Temer diversas vezes ontem e domingo.

“É trabalhar para colocar as duas Casas pra funcionar”, resumiu a linha de ação.
A estratégia que Temer costurou com os líderes e os presidentes das duas Casas
Maia e Eunício Oliveira (PMDB-CE), do Senado é colocar em pauta itens de interesse
amplo das bancadas e com apelo social. Por exemplo, a segunda etapa do fim do foro
privilegiado no Senado.

Pela manhã, Temer também se reuniu com a equipe econômica para ajustar o projeto
de refinanciamento das dívidas fiscais das empresas. A ideia é tentar aprovar a
medida provisória na Câmara, como aceno positivo ao mercado, e de que o governo
ainda tem força no Congresso.

Com informações do Valor

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