BRASÍLIA – O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM), flagrado com dinheiro entre as nádegas durante uma operação da Polícia Federal.

De acordo com a decisão do magistrado, o afastamento deve ser, inicialmente, por 90 dias, mas pode ser prorrogado. Por determinação de Barroso, Chico Rodrigues também está impedido de manter contato com os demais investigados.

E foi afastado pelo presidente Jair Bolsonaro da vice-liderança do governo no Senado. E pode perder o mandato caso o Conselho de Ética tenha coragem de investigá-lo. O despacho do magistrado será enviado ao Senado, que pode manter ou rever a decisão.

O Senado tem poder de reverter a decisão de Barroso, como já fez no passado em caso envolvendo o senador Renan Calheiros (MDB).

Barroso afirma que existe gravidade no fato e que o afastamento é necessário para que o caso seja investigado.

“A gravidade concreta dos delitos investigados também indica a necessidade de garantia da ordem pública: o Senador estaria se valendo de sua função parlamentar para desviar dinheiro destinado ao enfrentamento da maior pandemia dos últimos 100 anos, num momento de severa escassez de recursos públicos e em que o país já conta com mais de 150 mil mortos em decorrência da doença”, escreveu o magistrado.

Apesar de ressaltar a relevância dos fatos, o ministro negou a prisão do parlamentar. Chico Rodrigues foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF.

Durante as diligências, as equipes policiais encontraram R$ 30 mil em espécie na casa dele, em Roraima. Parte dos valores estava entre as nádegas do senador.

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