A lista de pretendentes do chamado “segundo time” à cadeira nº 1 do Palácio Anchieta é maior do que se imagina. O primeiro time, todos sabem, é formado por Paulo Hartung (PMDB), Rose de Freitas (PMDB) e Renato Casagrande (PSB). Já no escalão abaixo, a cada dia surge um pré-candidato aqui, outro ali. A bola da vez é o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), que se coloca no jogo para ganhar visibilidade e fazer contraponto à outra liderança do município, o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT).

Há pelo menos uns dois anos, Vidigal flerta com o Palácio Anchieta, às vezes por tabela partidária. Seu PDT andou filiando alguns escudeiros do governador PH e, pessoalmente, Vidigal acalenta virar vice do governador, em eventual chapa de reeleição. Melhor ainda: ganhar o aval de Hartung para ser o seu candidato ao governo, isso se ele investir de fato numa candidatura nacional ou, quem sabe, ao Senado. Já seu rival municipal, Audifax, faz jogo de alianças, conversa com todos, inclusive com o bloco da oposição a PH liderado por Casagrande e Rose de Freitas.

Volta e meia, o governador se manifesta sobre candidaturas que teriam sua simpatia. Por último, cravou Vidigal e Audifax – bateu uma no cravo outra na ferradura – e incluiu o vice-governador César Colnago (PSDB). Ultimamente, o vice fazia movimento de candidatura a deputado federal, porém agora há outra sinalização. E ganha força, na esfera palaciana, o nome do secretário da Agricultura, Octaciano Neto, na disputa à Câmara Federal. Vale observar que o grupo hartunguista tem ainda o compromisso de reeleger Lelo Coimbra (PMDB).

Paralelo, Colnago é outra liderança que ainda precisa da luz eleitoral do astro do grupo, PH. Quanto a Vidigal e Audifax, nessa linguagem de astros, já têm brilho próprio. E o governador, pelo seu histórico, não é do tipo que vaidosamente se arvora a eleger “postes”. Sabe que ao fazer isso corre o risco de mergulhar na escuridão da história. Então, o vice terá que mostrar luz própria e desenvoltura para avançar no jogo.

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Outras novidades no grupo dos pretendentes a figurar no segundo time da sucessão 2018 são os deputados Sérgio Majeski (PSDB) e Evair de Melo (PV), ambos cogitando trocar de partido na janela que se abrirá em março. Majeski, segundo o líder tucano Luiz Paulo Velloso Lucas, “faz política moderna conectado às redes sociais, e sem grandes gastos, compromissos ou financiamentos de campanha”. Tem sido estimulado a disputar o governo ou Senado, ainda que aliados cautelosos já tenham lhe sugerido ir mais devagar. Crítico costumeiro do governo PH, ele parece disposto a alçar voo maior que a simples reeleição na Assembleia Legislativa.

Outro deputado de primeiro mandato, mas na Câmara Federal, Evair de Melo observa o cenário e não descarta concorrer como governador. “Vai depender das outras candidaturas e da conjuntura”, diz. Ele avalia que seu maior trunfo é o de já ter sido aprovado no teste das urnas e de não possuir desgastes decorrentes de processos, posturas ou votações equivocadas. “Estou cumprindo meu papel conforme os desejos mais latentes da sociedade. Posso virar o diferencial no tabuleiro da sucessão”, frisa.

E como ninguém faz política de véspera, mas, sim, muito antes, todo esse grupo do segundo time também pensa em 2022. É algo tipo o efeito Vinícius Júnior, a joia rubro-negra que vai jogar no Real Madrid: querem aparecer agora de olho no lance futuro. E todo o futuro, seja próximo ou de médio prazo, querendo ou não, passa pelas mãos de PH. Até porque, se ele fincar pé e caminhar para disputar a reeleição, boa parte desse segundo time nem entra em campo. Aliás, nem sai do vestiário. E a bola vai ficar nos pés do primeiro time. Aí então é “briga de cachorro grande”, como se diz na torcida, e sem “Muralha” para entregar o jogo.

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