BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO  – O que impede a aprovação da Reforma da Previdência é a falta de credibilidade do governo Michel Temer: “Se for posta em votação não passará”, garante o deputado federal Jorge Silva, vice líder do PHS na Câmara Federal.
Ele fez a afirmação justo no dia em que o relator do projeto, deputado Arthur Maia (PPS-BA) apresentou uma nova versão com o objetivo de obter votos que assegurem ao governo chegar ao dia da votação com quórum necessário.

A nova redação da PEC da reforma beneficia viúvo ou viúva de policial morto em ação, que passará a receber pensão integral – e não mais um percentual do salário, como previa a versão anterior.

A mudança busca conseguir mais votos de deputados da bancada da segurança pública e valeria para cônjuges de policiais rodoviários federais, policiais federais e policiais civis (os militares estão fora da reforma).

A base aliada do governo Michel Temer (MDB) tem contabilizado até o momento a garantia de 275 votos a favor da reforma na Câmara e acredita que, com as novas mudanças, esse número já chegue a 296 votos. Para ser aprovada, a proposta precisa do apoio de ao menos 308 deputados em votação em dois turnos.

ECONOMIA

O parlamentar capixaba acha que mesmo avançando no setor econômico, o governo Temer não melhorará sua popularidade junto ao país. E cita pesquisa da Folha que mostra que de cada dez brasileiros,sete desaprovam Temer.

Jorge Silva avalia que o governo federal gastou todo seu capital político ao mobilizar o Congresso para rejeitar duas denúncias contra o presidente, ambas apresentadas pelo ex- PGR – Procuradoria Geral da República, Rodrigo Janot.
“O sentimento que tenho é que os deputados voltaram do recesso parlamentar – após diálogo com suas bases, rejeitando a reforma da Previdência  – por desconhecimento – pois reforma foi mal explicada para a sociedade. A comunicação do governo falou”, disse.
O deputado diz que repercutiu mal, junto ao eleitorado, os deputados terem votado duas vezes a favor de Temer, contra as denúncias da PGR. “Agora muitos deputados não querem de novo se associar a um governo rejeitado, e ficar contra seu eleitorado”.
Diante do impasse, o parlamentar acredita que a reforma vai ficar para o próximo governo e terá que ser incluída nos planos de governo dos candidatos: “Não so a Previdenciária, mas também a Tributária”, completou.