Para ganhar eleição em 2018 candidatos usaram redes sociais inescrupulosamente

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Representantes do Facebook, YouTube, WhatsApp, Twitter e TikTok e outras plataformas digitais se reuniram com o Tribunal Superior Eleitoral para debater medidas a serem adotadas para evitar a propagação de desinformação nas eleições do próximo ano.

O II Seminário Internacional Desinformação e Eleições foi dirigido pelo presidente do TSE, Luiz Roberto Barroso, que vai deixar a presidência do órgão para o ministro Alexandre de Moraes.

Barroso disse que a propaganda eleitoral migrou para as redes sociais, e lamentou que nas eleições de 2018 os disparos ilegais tenham inundado as redes sociais. Foi a eleição ganha por Bolsonaro e por políticos que pegaram carona em seu nome.

De acordo com o ministro, houve uma verdadeira revolução digital nos últimos anos, que modificou de forma profunda o modo como vivemos.

“É preciso preservar a democracia e assegurar a liberdade de expressão, mas ao mesmo tempo não podemos permitir que as mídias sociais sejam utilizadas para a prática de crimes e propagação de desinformação”, destacou.

O Facebook – que também é dono do Instagram e do WhatsApp – anunciou uma importante medida para o pleito de 2022.

O vice-presidente de Políticas Públicas da empresa, Neil Potts, informou que, a partir das próximas semanas, usuários do Facebook e do Instagramno Brasil começarão a notar um rótulo em postagens nas duas plataformas que tratam de eleições.

Ao clicar nos conteúdos, serão redirecionados para o Portal da Justiça Eleitoral, que contém informações oficiais sobre o sistema de votação e artigos que rebatem desinformação sobre o processo eleitoral.

“Essa é uma prioridade para nós, e temos trabalhado nos últimos anos com o TSE para proteger o processo democrático ao identificar e agir contra ameaças e, assim, ajudar as pessoas a terem acesso a informações confiáveis sobre a votação”, disse Potts.

Outras plataformas

O diretor do Instituto de Tecnologia & Sociedade do Rio de Janeiro e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Affonso, lembrou que o Brasil ocupa posição de destaque em relação ao número de usuários em redes globais, estando entre os cinco maiores mercados consumidores do mundo.

Lisa Reyes, diretora sênior de Política de Tecnologia e conselheira jurídica do TikTok, disse que a plataforma não permite anúncios políticos pagos e que, quando entendem que uma propaganda fere a política de conteúdo da rede, ela é removida.

Segundo Reyes, em 2020, citou, a empresa foi capaz de identificar tendências e monitorar as desinformações e pôde revisar conteúdos que foram utilizados para disseminar fake news e removê-los da plataforma.

Já a vice-presidente do WhatsApp, Victoria Grand, disse que a rede é bem diferente das outras mídias sociais, uma vez que promove conversas entre duas pessoas ou em grupos, mas sempre em caráter privado.

Para ela, a criptografia adotada pela plataforma é essencial para assegurar a privacidade, o que não significa clandestinidade.

“Adotamos, de forma constante, medidas para combater a desinformação. Uma delas foi limitar o compartilhamento de mensagens de forma massiva. Isso representou uma queda de 70%, somente no Brasil, no envio de mensagens que identificamos como falsas”, declarou. (Com informações do TSE)