BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Diversos tucanos que integram a executiva nacional do PSDB afirmaram para a Agência Congresso que a cúpula do partido não vai se intrometer na briga do diretório capixaba.

No ES o parte expressiva do partido tenta se desvenciliar do governador Paulo Hartung (PMDB), que controla a legenda via César Colnago, ex-deputado e atual vice governador.

Candidato a presidente da sigla, o atual prefeito de Vila Velha, Max Filho, tornaria o partido menos dependente do governo, que é mal avaliado pela população desde a greve da PM.

O diretório local escolherá no próximo dia 11 de novembro, em convenção estadual, a nova direção do partido. O atual presidente estadual da legenda, Jarbas Ribeiro, secretário municipal de Saúde de Vila Velha, não pode disputar a reeleição.

Já o atual vice-governador, César Colnago, quer manter a aliança com o governador e se movimenta para tentar conquistar o poder do tucanato local. Ele já teria cooptado o apoio do ex-prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi.

Colnago também vem sendo acusado de fazer filiações secretas no partido para aumentar seu cacife na convenção. O vice governador deve concorrer de novo a deputado federal.

Já o grupo de Max Filho tem o apoio de setores mais liberais da sigla, como o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo, e do deputado estadual Sérgio Majeski (PSDB) que é cotado inclusive para disputar cargo majoritário em 2018.

O grupo de Max Filho também avalia a possibilidade de se aliar, em 2018, no plano estadual com o PSB do ex-governador Renato Casagrande.

Isso se for consolidada a aliança nacional PSDB/PSB ao Palácio do Planalto que deverá ter o governador paulista Geraldo Alckmin como candidato.

Visão nacional
Questionado sobre a disputa no ninho tucano capixaba, o secretário-geral do PSDB, deputado Sílvio Torres (SP), preferiu não dar nenhuma opinião. “Não posso falar sobre cenários”, desconversou.

Já o deputado Jutahy Jr (PSDB-BA), que também integra a executiva nacional tucana, disse que se depender apenas dele não haveria intervenção no diretório local caso o PSDB capixaba resolva romper com a aliança com Hartung.

“Sou amigo de ambos. Sou amigo do César Colnago há muitos anos. O Max Filho também é uma pessoa que eu tenho muito [boa] relação, desde o pai dele. Agora, o meu voto [se isso vier a ser discutido na executiva nacional] considero que isso é uma questão interna do diretório do ES”, disse.

“Aquele grupo que democraticamente, dentro das normas estatutárias, vencer, eu creio que a executiva nacional tem que acatar”, complementou. O deputado contudo, é contra interferência do governo estadual na disputa.

Efeito Aécio
Mostrando desconhecimento da disputa capixaba, o presidente nacional em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati, não quis entrar no mérito da questão que envolve os tucanos locais. “Isso será com eles”, disse.

Na mesma linha, os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e da Câmara, Ricardo Tripoli (SP), repetiram o discurso do baiano Jutahy Jr. “[Temos] boas relações pessoais com ambos, mas o mais importante é que vença quem tiver a maioria”, comentaram.

Próximos do senador Aécio Neves, Hartung e Colnago perderam força no tucanato capixaba após as denuncias contra Aécio feitas pela JBS. O senador mineiro caiu em desgraça e isso afetou seus aliados no ES.