BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – O secretário-geral do PSB, Renato Casagrande, afirmou nesta terça (25) que acredita que a maioria dos socialistas votará contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo presidente Michel Temer.
A declaração do ex-governador capixaba aconteceu depois que a executiva nacional da
legenda decidiu “fechar questão” contra as duas reformas. O PSB é o sexto maior partido da Câmara.
A legenda tem sete senadores e 35 deputados, além do ministro de Minas e Energia, deputado licenciado Fernando Bezerra Coelho Filho (PE).
Segundo Casagrande, a decisão da executiva nacional do PSB não tem nada de diferente daquilo que tinha sido acordado quando Temer assumiu o governo e ofereceu o Ministério de Minas e Energia ao partido.
“À época o (presidente nacional do PSB) Carlos Siqueira disse que nós não faríamos nenhuma indicação, mas quando o Temer resolveu convidar um deputado do PSB, aceitamos. Mas sem indicação nossa, porque nós ficamos independentes na relação com o governo”, contou.
“Queríamos um comportamento colaborativo como nós estamos tendo. Destacando que estaríamos livres com temas que são caros ao PSB. Para a gente ter autonomia e poder posicionar o partido. E foi isso que aconteceu”, completou.
“A executiva tomou a sua posição. A bancada vai debater agora a postura do partido.
É lógico que quando o partido toma uma decisão e fecha uma questão, a expectativa é que a bancada siga essa decisão”, comentou.
“Não vou me pronunciar antes que aconteça uma votação. A expectativa da executiva é que a bancada siga essa orientação. Eu tenho certeza que a maioria (da bancada) vai votar conforme orientação do partido”, finalizou.
Muito ruim
Casagrande afirmou ainda que a proposta de reforma trabalhista apresentada pelo governo Temer é “muito ruim”. Casagrande é presidente da Fundação João Mangabeira, órgão de estudos do partido.
“Ela ( a reforma) coloca o negociado (acordo) sobre o legislado. Sempre que o trabalhador entra com uma desvantagem na hora de negociar com os empregadores, isso com certeza prejudicará a relação entre o capital e o trabalho”, observou.
Conservadoras
O ex-senador pontuou também que as propostas de reforma trabalhista e previdenciária do governo Temer são “muito conservadoras”.
“Nós não somos contra as reformas. Tanto é que nós temos uma proposta para apresentar ao governo. Mas essas duas propostas, na forma como foram apresentadas, somos contra”, falou.
“E nós já tínhamos dito isso ao presidente Temer de que nós ficaríamos independentes. Daríamos apoio, mas não apoio incondicional. Dependeria das matérias que tramitassem”, acrescentou.
“E essas duas matérias atingem muito o direito dos trabalhadores. É por isso que o PSB tomou essa decisão de fechar posição contra elas”, completou.
Diálogo
Questionado sobre a “nota oficial” distribuída pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que respeita a posição da executiva, mas que pede a “manutenção do diálogo” com o governo, Casagrande ressaltou que “o partido nunca se negará em dialogar”.
“Se o governo alterar sua proposta a ponto de chegar a uma fórmula que seja adequada e que esteja em sintonia com aquilo que os membros do partido pensam, é lógico que o PSB não se negará a votar a favor. Mas isso depende da posição do governo”, ponderou.
Por Humberto Azevedo