BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Ouvida pelo Conselho de Ética da Câmara Federal, uma das filhas da deputada Flordelis (PSD/RJ) acusou a mãe de ser a única responsável pela morte do marido, o pastor Anderson.

Usando recursos do cargo de deputada, a acusada tenta se manter no cargo, apesar da polícia civil do Rio de Janeiro já ter confirmado que partiu dela a ordem para matar o marido.

Filha adotiva da deputada e do pastor Anderson do Carmo, Roberta dos Santos afirmou ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara nesta quinta-feira (22) que a mãe é a principal responsável pelos planos de assassinato do pai, ocorrido em junho de 2019, em Niterói, no Rio de Janeiro.

O depoimento de Roberta encerra a lista de testemunhas definida pelo deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator da representação de quebra de decoro parlamentar que pode levar à cassação do mandato de Flordelis.

Segundo Roberta dos Santos, a deputada influenciava e manipulava os filhos de maneira “anormal”. Os planos do assassinato do pastor têm sido atribuídos, entre outros, à filha biológica de Flordelis, Simone dos Santos e à adotiva Marzy da Silva e concluídos com tiros de Flavio dos Santos, outro filho biológico.

“Nada acontecia se ela não permitisse. Se ela quisesse, o Anderson estaria vivo até hoje. E não é nem se ela não tivesse intervindo: era se ela não tivesse manipulado, pensado e agido, porque isso não vem da Simone nem da Marzy. A cabeça número 1 é ela, com certeza.”

Roberta do Santos, de 26 anos de idade, foi adotada por Flordelis e Anderson com três meses de vida, registrada em cartório apenas no nome da deputada e teve a criação conduzida por outros dois filhos do casal, Carlos Ubiraci e Cristiane, a quem considera “pais de criação”.

Carlos é um dos presos sob a acusação de envolvimento no crime. Roberta contou que o próprio pastor Anderson ficou sabendo, no início de 2019, dos planos para matá-lo.

“Eu me casei com 21 anos e saí da casa, mas continuei tendo o convívio normal e ia lá [casa de Flordelis e Anderson] quase todo fim de semana. Entre janeiro e fevereiro de 2019, eu estive lá na casa, e o meu pai Carlos me contou que o Anderson o procurou, mostrou uma mensagem que ele descobriu no rascunho do Ipad dele, que estavam tramando a morte dele, só que ele não acreditou”.

Roberta dos Santos também confirmou os indícios de que o pastor Anderson teria sido alvo de tentativas de envenenamento, porém disse não ter provas. A testemunha afirmou ainda que, “do material de higiene até a alimentação”, havia diferença de tratamento entre os filhos adotivos e biológicos do casal Flordelis e Anderson.

Roberta acrescentou que, só após deixar a casa da família, entendeu o que chamou de “absurdo da relação” que vivia antes.

Com Agência Câmara

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