BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Sem citar diretamente o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez duras críticas neste domingo (18) ao ato pelo fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal) e contra as medidas de isolamento social pela epidemia do coronavírus realizado em Brasília durante a tarde.

Os manifestantes gritaram “fora, Maia“ e carregavam diversas faixas a favor do AI-5 (Ato Institucional 5, decreto emitido na Ditadura Militar que dava ao presidente a prerrogativa de fechar o Congresso e cassar mandatos de políticos. Defenderam uma “intervenção militar”.

O ato foi realizado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Bolsonaro participou e discursou a seus apoiadores.

Segundo Maia, “defender a ditadura é estimular a desordem”. “É flertar com o caos. Pois é o Estado Democrático de Direito que dá ao Brasil 1 ordenamento jurídico capaz de fazer o país avançar com transparência e justiça social”, disse, sem citar diretamente o presidente.

Maia disse que, apesar de hoje o Brasil ter de lutar contra a doença e o “autoritarismo”, não se deve perder tempo “com retóricas golpistas” diante da urgência de ações que pede a pandemia da covid-19.

Defendeu “ordem, disciplina democrática e solidariedade com o próximo”.

“Não temos tempo a perder com retóricas golpistas. É urgente continuar ajudando os mais pobres, os que estão doentes esperando tratamento em UTIs e trabalhar para manter os empregos. Não há caminho fora da democracia. O mundo inteiro está unido contra o coronavírus. No Brasil, temos de lutar contra o corona e o vírus do autoritarismo. É mais trabalhoso, mas venceremos”, disse.

Diversos políticos e autoridades se manifestaram contra a participação do presidente no ato a favor do AI-5. Governadores de 20 Estados divulgaram carta de repúdio à conduta de Bolsonaro e em defesa do Congresso Nacional.

Em crítica, Maia disse ainda que “pregar uma ruptura democrática diante dessas mortes é uma crueldade imperdoável com as famílias das vítimas e 1 desprezo com doentes e desempregados”. (Com informações do Poder 360)