BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – O Ministério Público deve pedir a cassação do registro da candidatura do prefeito Romário Batista, de Iúna, após um assessor do prefeito ser flagrado oferecendo dinheiro a uma candidata a vereadora do município, para ela desistir da candidatura.

Célia Cristina, candidata do PP, gravou a oferta, que incluía um emprego e R$ 10 mil reais. Se ela desistisse, o Progressista liderado no ES pelo deputado federal Da Vitória, teria que cancelar a candidatura de dois homens, de acordo com a legislação eleitoral.

Romário, 61 anos, é candidato a reeleição. A Câmara local tem 11 vagas de vereador. Iúna é a entrada do Parque Nacional do Caparaó. Filiado ao Podemos, o prefeito é aliado do deputado Gilson Daniel.

A candidata a vereadora do município de lúna, Célia Cristina Ribeiro (PP), denunciou o subsecretário de Gestão, Planejamento e Finanças da Prefeitura de Iúna, Waldren Marcelo, por tentativa de suborno e vantagens ilícitas. Ele teria feito a mesma oferta a outras candidatas.

Em uma das partes dos áudios gravados, Waldren Marcelo oferece 10 mil reais para Célia e uma função gratificada na prefeitura, além de outros benefícios, acompanhe:

Waldren Marcelo: Nós vamos te ajudar, vamos pôr você na campanha dele, ele vai te ajudar financeiramente e vamos… (inaudível).

Célia Cristina: Ele vai me ajudar agora?

Waldren Marcelo: Agora. 

Célia Cristina: E poderia com o quê? Você acha

Waldren Marcelo: Você que me fala

Célia Cristina: O Fabricio me falou

Waldren Marcelo: Ele falou o que com você?

Célia Cristina: Por que realmente, se for olhar, estou precisando  … (inaudível)

Waldren Marcelo: Tá precisando de quanto? Acho que eu consigo desenrolar uns 10. 

Waldren Marcelo: Ah, uns 10?

Waldren Marcelo: Isso, imediato

A notícia-crime foi levada ao Ministério Público e será investigada. No documento apresentado, a denunciante afirma que foi constrangida e quase forçada a abandonar sua candidatura, em troca do dinheiro oferecido pelo subsecretário.

O deputado estadual Wellington Callegari (PL), que apoia a chapa de oposição ao prefeito Romário Vieira (Podemos) disse que vai levar o caso para a Justiça Eleitoral do Estado:

“O fato é grave e trata-se de crime eleitoral, crime de violência de gênero eleitoral e crime contra as cotas de gênero nas eleições. A coligação que atualmente apoia o candidato do PL, Ronaldo Rafar, foi vítima de uma tentativa de desestruturação, por um operador do atual prefeito de Iúna, o senhor Romário”.

”Esse operador conhecido como Waldren Marcelo, servidor da prefeitura de Iúna, vem abordando candidatas dos partidos da coligação do PL, do PP, DC e do PRD, oferecendo dinheiro e cargos. Tudo está gravado e já foi protocolado no Ministério Público”.

”Na qualidade de deputado e representante do povo, vou encaminhar pedidos de providências ao Ministério Público Eleitoral à nível estadual e à Justiça Eleitoral. Não podemos nos calar diante desses absurdos, vou acompanhar de perto o processo eleitoral na cidade”, enfatizou.

Com Opinião/ES