Definidas as regras eleitorais, os pré-candidatos às eleições 2018 incrementam as articulações, posto que política é feita muito antes da antevéspera. Há muitos mistérios pela frente – Temer até quando? Lula e a Lava a Jato, a reaça bolha Bolsonaro, etc. –, mas um dos principais é a definição de candidatos ao governo do Estado onde três nomes aparecem na ponta da tabela: Paulo Hartung (PMDB), Rose de Freitas (PMDB) e Renato Casagrande (PSB). Os demais vão correr na raia dos figurantes embora, claro, sempre possa aparecer um azarão atropelando.

Por histórico e estilo, Hartung deverá estender até o último minuto a definição de sua candidatura, embora seu comportamento hoje sinalize dois rumos: vai para a reeleição ao governo ou para alguma disputa nacional, que pode ser compondo na chapa presidencial ou mesmo para o Senado – o que lhe facilitaria ocupar algum ministério. Por sinal, a segunda hipótese – se lançar numa disputa nacional – assanha o chamado núcleo duro hartunguista, na medida em que isso abriria caminho para alguém do grupo disputar o governo.

Quem seria? Zé Carlinhos da Fonseca, Paulo Roberto Ferreira, Octaciano Neto, César Colnago, Ricardo Ferraço são alguns nomes projetados. Outra dúvida no núcleo duro: PH toparia mesmo virar vice numa chapa com Joaquim Barbosa, por exemplo? Já houve hartunguista brincando que o ideal seria inverter essa chapa colocando Barbosa na vice. Outra opção, embora remota, seria PH simplesmente sair de cena e se limitar a apoiar seu grupo nos bastidores.

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Já a senadora Rose de Freitas se movimenta com jeito de pré-candidata ao governo. Nos bastidores, o que se diz é que ela montou uma “agenda paralela” do governo estadual em Brasília, e vai articulando encontros, visitas de ministros, assegurando emendas aos municípios. Mas como ela é do mesmo partido de PH, eis outro mistério: Rose efetivamente disputaria a legenda de candidatura ao governo contra PH? Ou só faria jogo de cena, para depois sacramentar seu apoio a Casagrande? Outra: PH assediado por diversas legendas fica ou sai do PMDB?

 No bloco do ex-governador, uma solução de hoje, que é a parceria com a senadora Rose, pode virar problema amanhã. Rose, com mais quatro anos de mandato após 2018,  tem alimentado essa parceria na expectativa de que Casagrande seja candidato ao Senado, e ela ao governo.  Nesta disputa, ela não teria nada a perder enquanto Casagrande precisa urgentemente de um mandato. Contudo, vários aliados próximos de Casagrande incentivam sua candidatura ao governo contra quem quer que seja.

Por sua vez, Casagrande trabalha engrossando a projeção de que irá de fato tentar voltar ao comando do Palácio Anchieta. Tanto que já está montando equipe para elaborar seu plano de governo. Contudo, essa posição pode ser apenas mais uma ponta deste novelo eleitoral. Melhor do que ninguém, Casagrande sabe que seu principal oponente, PH, é mestre nas dissimulações e estratégias. Daí adota tática semelhante. Assim, prepare o seu coração que na disputa eleitoral que se avizinha mistério sempre há de pintar por aí, como diriam aqueles “Doces Bárbaros” baianos.

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