BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Após conferir as últimas votações consideradas essenciais pelo governo Michel Temer, a Agência Congresso verificou que os deputados capixabas que se dizem governistas não estão sendo totalmente fiéis ao governo.

Na iniciativa do governo para acelerar a tramitação do Projeto de Lei 6787/16 que reforma às leis trabalhistas, três dos sete capixabas governistas disseram não, por duas
vezes, ao pedido de urgência para agilizar a votação.

Foram eles: Carlos Manato (SD), Jorge Silva (PHS) e Evair de Melo (PV). Os deputados Hélder Salomão (PT) e Sérgio Vidigal (PDT) também foram contrários. Mas ambos são oposicionistas.Givaldo Vieira PT) faltou. Seriam seis votos contra Temer.

Salomão só votou na primeira votação que tinha rejeitado a urgência. Na segunda votação, que aprovou a urgência para a reforma trabalhista ele não votou.

O deputado Givaldo Vieira (PT), também oposicionista, não votou em nenhuma das duas vezes. Ele está de licença médica, segundo informou seu gabinete.

A justificativa de Manato para dizer não a urgência da mesma reforma foi que “o nosso partido nasceu nos sindicatos”. “Acompanhamos as bases”, resumiu.

Já Evair de Melo afirmou que concorda com o pedido de urgência apenas para casos que envolvam segurança nacional e situações de calamidade. “Usá-lo como manobra é mais umas das vergonhas da política brasileira”, comentou.

Segundo ele, as reformas da previdência, trabalhista e tributária “são temas que merecem respeito, calma e cautela”. O deputado Jorge Silva não retornou o contato.

Já os outros governistas capixabas não decepcionaram o governo quanto ao pedido para acelerar a votação da reforma trabalhista. Lelo Coimbra (PMDB), Marcus Vicente (PP), Norma Ayub (DEM) e Paulo Foletto (PSB) votaram sim nas duas vezes que a urgência foi votada.

Nova defecção
Entretanto, a governista Norma Ayub não se mostrou totalmente fiel ao governo Temer ao votar não ao substitutivo defendido pelo governo federal para aprovar um novo regime de recuperação fiscal dos Estados.

Nesta votação específica, Ayub foi acompanhada pelo também governista Jorge Silva. Ele informou que rejeitou essa matéria porque vê nela injustiças aos servidores públicos que “pagarão o preço mais uma vez pela má-gestão dos governantes”. Já a deputada do DEM não retornou o contato.

Votaram a favor do novo regime de recuperação fiscal que endurece as regras aos Estados que queiram fazer novos empréstimos com o governo federal os deputados Manato, Evair de Melo, Lelo Coimbra, Marcus Vicente e Foletto.

Sem receios
A infidelidade dos governistas capixabas parece não se preocupar muito com o aviso que o presidente Michel Temer mandou aos seus parlamentares da base por meio do vice-líder da Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS).

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Segundo Perondi, os parlamentares dos partidos governistas que “não votarem conosco” têm que entregar os cargos distribuídos pelo governo as legendas que prometem apoio as propostas do governo federal.

Por esse critério, a traição de Ayub ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 343/17 que cria o novo regime de recuperação fiscal dos Estados mereceria a saída de Mendonça Filho (DEM-PE) do ministério da Educação.

O mesmo valeria para cada insubordinação praticada por Evair de Melo para o afastamento de Sarney Filho (PV-MA) do ministério do Meio Ambiente.

Já a infidelidade dos deputados Manato e Jorge Silva recairia para a entrega dos cargos de segundo e terceiro escalão do governo federal que são ocupados por indicados pelos 14 deputados do SD e pelosn 7 deputados do PHS.

Abaixo seguem quatro tabelas que mostram como votaram os deputados capixabas tanto na proposta que institui uma reforma na legislação trabalhista, quanto no PLP 343/17.

As tabelas também mostram o número de ministérios que são ocupados pelos partidos que dão sustentação ao governo do presidente Michel Temer.

 

 2ª VOTAÇÃO – PL 6787/16  FAVORÁVEL A URGÊNCIA
 Carlos Manato (SD)  NÃO
 Jorge Silva (PHS)  NÃO
 Evair de Melo (PV)  NÃO
 Givaldo Vieira (PT)  Não votou
 Hélder Salomão (PT)  Não votou
 Lelo Coimbra (PMDB)  SIM
 Marcus Vicente (PP)  SIM
 Norma Ayub (DEM)  SIM
 Paulo Foletto (PSB)  SIM
 Sérgio Vidigal (PDT)  NÃO

 

 1ª VOTAÇÃO – PL 6787/16  FAVORÁVEL A URGÊNCIA
 Carlos Manato (SD) NÃO
 Jorge Silva (PHS) NÃO
 Evair de Melo (PV) NÃO
 Givaldo Vieira (PT) Não votou
 Hélder Salomão (PT) NÃO
 Lelo Coimbra (PMDB) SIM
 Marcus Vicente (PP) SIM
 Norma Ayub (DEM) SIM
 Paulo Foletto (PSB) SIM
 Sérgio Vidigal (PDT) NÃO

 

 

 PARLAMENTAR  FAVORÁVEL AO PL 343/17
 Carlos Manato (SD) SIM
 Jorge Silva (PHS) NÃO
 Evair de Melo (PV) SIM
 Givaldo Vieira (PT) Não votou (licença médica)
 Hélder Salomão (PT) NÃO
 Lelo Coimbra (PMDB) SIM
 Marcus Vicente (PP) SIM
 Norma Ayub (DEM) NÃO
 Paulo Foletto (PSB) SIM
 Sérgio Vidigal (PDT) Não votou (estava em obstrução

 

MINISTÉRIOS PARTIDOS
CASA CIVIL PMDB
SECRETARIA DE GOVERNO PSDB
SECRETARIA-GERAL DA PRES. PMDB
SEGURANÇA INSTITUCIONAL GENERAL OCUPA O CARGO
JUSTIÇA PMDB
DEFESA PPS
RELAÇÕES EXTERIORES PSDB
FAZENDA PMDB
 TRANSPORTES PR
 AGRICULTURA PR
 EDUCAÇÃO DEM
 CULTURA PPS
 TRABALHO PTB
 SOCIAL E AGRÁRIO PMDB
 SAÚDE PP (PHS)
 MDIC PRB
 MINAS E ENERGIA PSB
 PLANEJAMENTO PMDB
 FAZENDA PMDB
CIÊNCIA E TECNOLOGIA PSD
 MEIO AMBIENTE PV
 ESPORTE PMDB
 TURISMO PMDB
 INTEGRAÇÃO NACIONAL PMDB
 CIDADES PSDB
 TRANSPARÊNCIA INDICAÇÃO TÉCNICA
 DIREITOS HUMANOS PSDB
AGU INDICAÇÃO TÉCNICA
BACEN INDICAÇÃO TÉCNICA

 

PARTIDO ESPAÇO NO GOVERNO
PMDB (64 deputados) 10 MINISTÉRIOS
PP/PHS (54 deputados) 01 MINISTÉRIO
PSB (35 deputados) 01 MINISTÉRIO
DEM (29 deputados) 01 MINISTÉRIO
SD (14 deputados) CARGOS DE 2º E 3º ESCALÃO
PV (6 deputados) 01 MINISTÉRIO
PT (58 deputados) OPOSIÇÃO
PDT (20 deputados) PDT (20 deputados)


Por Humberto Azevedo

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