Casagrande e o prefeito de Recife preferem a 3ª via

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO –  As filiações ao PSB do governador do MA, Flávio Dino ( PC do B), e do deputado federal carioca Marcelo Freixo, (PSOL), formalizadas essa semana em Brasília, visam evitar que os socialistas tenham candidato próprio.

Aliados de Lula, Dino e Freixo não escondem a intenção em entrevistas ao Estadão e Globo. A provável filiação do senador Fabiano Contararo (REDE), segue o mesmo propósito.

O delegado-senador diz que pretende disputar o governo do ES. Em 2022 ele estará no meio do mandato. Mas sua pré-candidatura poderia ser retirada caso o governador Renato Casagrande (PSB), favorito para a reeleição – apoie Lula.

Implodir frente ampla

Casagrande que é secretário geral do PSB, é um um dos governadores que preferem uma terceira via. Nem Lula nem Bolsonaro. O movimento de realinhamento praticado pelo PT visa também outras legendas.

A ideia é impedir que a frente ampla contra Bolsonaro seja criada. Eleição ganha quem soma mais. Aliados de Lula, Dino e Freixo dizem querer trabalhar por uma unidade da esquerda na eleição presidencial. Avaliam que a candidatura do ex-presidente é a mais forte.

O PSB, no entanto, vinha caminhando para formar uma terceira via. Desde 2019, o partido integra bloco com PDT, Rede e PV, que já conta com a pré-candidatura de Ciro Gomes.

Lula planta aliados em vários partidos para implodir Frente 

Um dos estados que deve oferecer resistência ao alinhamento com petistas é Pernambuco, via prefeito de Recife. O estado foi palco da principal rixa entre PT e PSB nas eleições municipais, quando os primos Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB), atual prefeito, trocaram duros ataques.

Com Marília enfraquecida no PT, o governador Paulo Câmara (PSB) e o senador Humberto Costa (PT) têm trabalhado para tentar fechar as feridas no estado. Campos, no entanto, resiste à aliança.

O prefeito é namorado da deputada Tabata Amaral, que procura nova legenda após conseguir a desfiliação do PDT e reluta em embarcar numa sigla que orbite em torno do PT. Campos tem dito que é cedo para definir o rumo do PSB.

“Essa questão sobre PSB e PT, o que podemos dizer é que temos muito mais convergências do que divergências. Estivemos juntos em 2018 e sabemos que as duas siglas terão um papel importante no campo progressista em 2022, contra a reeleição de Bolsonaro” diz Câmara.

Outro estado em que as articulações devem se prolongar é o Espírito Santo. O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou ao jornal “O Estado de S. Paulo”, ontem, que “gosta da ideia de achar um caminho de uma outra candidatura, em que o PSB possa ser protagonista desse processo”.

Contarato pode desistir do governo se Casagrande apoiar Lula

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) é um nome que pode interferir nessa aliança local. A candidatura dele pode ter sido posta para forçar Casagrande a apoiar Lula.

No Rio Grande do Sul, estado em que o PSB mais se distanciou das “raízes de esquerda”, a legenda integra o governo de Eduardo Leite (PSDB).

O ex-presidente estadual do PSB, José Stédile, é secretário estadual de Obras e Habitação. Leite trabalha para se viabilizar como candidato tucano a presidente no próximo ano.

Em São Paulo, o PSB está nas mãos do grupo de Márcio França, cuja candidatura a prefeito de São Paulo em 2020 foi lançada com apoio de Ciro. França, que foi vice de Geraldo Alckmin (PSDB) entre 2014 e 2018, tem planos para repetir a chapa em 2022.

Apoio natural

Em outras regiões, o apoio é natural. Além de Maranhão e Rio, que agora terão a influência de Dino e Freixo, PSB é alinhado ao PT no Amapá, Acre, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná e Ceará.

Em Santa Catarina, o ex-petista Cláudio Vignatti vem trazendo o PSB no estado de volta à esquerda após passagem do ex-deputado Paulo Bornhausen, considerado um nome da direita, pelo comando estadual.

A legenda até comemorou sua desfiliação em 2019, numa nota pública segundo a qual “causava estranheza ao partido sua permanência”.

(Com informações do Globo e Estadão)