BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Cai pela metade o número de fiscais do Ministério da Agricultura no porto do Espírito Santo e produtores aguardam cerca de 30 dias pela liberação das mercadorias.
Antes da redução de 14 para sete funcionários, as liberações demoravam de dois a sete dias. O ex-deputado federal e ex-prefeito de Vila Velha-ES, Neucimar Fraga, acredita que falta articulação da Bancada Capixaba no Senado.
Segundo Neucimar, os senadores – Rose de Freitas (Pode), Fabiano Contarato (Rede) e Marcos do Val (Cidadania) – devem legislar a favor do Estado, não nacionalmente.
“Se nossa bancada de senadores soubessem a força que têm os três atuando juntos em defesas dos interesses do Estado, com certeza estariam produzindo muito mais em favor do ES”
“Ficar legislando ou pautando seus mandatos em alguns temas que não são de interesse somente do Espírito santo, são representantes do Estado e deveriam priorizar os interesses do Estado em cima dos interesses nacionais.”
O Espírito Santo recebe cerca de 20% de todo o vinho importado que chega ao Brasil, mas a demora na fiscalização tem prejudicado a economia não só no Estado, mas no país inteiro.
Solução
O deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES) disse para a Agência Congresso que vai apresentar um requerimento de informação ao Ministério da Agrigultura questionando os atrasos. “Precisamos entender o problema e estudar soluções”, disse.
Evair de Melo (PP-ES) também disse que fez a interpelação ao Ministério, bem como a senadora Rose de Freitas (Pode-ES), que na última visita da Ministra Tereza Cristina ao Espirito Santo solicitou que a situação fosse resolvida.
“Temos que resolver isso urgentemente, porque você não pode parar a economia, os vinhos estão há 30 dias parados no porto de Vitória. O custo de manter um fiscal é muito baixo em relação ao prejuízo econômico que se causa ao Estado.”, disse a senadora.
“É preciso fazer investimento na melhoria da eficiência nos portos e ter uma aduana integrada tecnologicamente e eficiente para evitar os prejuízos”, completou.
A sede do Ministério da Agricultura no Espírito Santo afirma que não vai ter concurso, mas trabalha com algumas alternativas para tentar, pelo menos, diminuir a espera.
“É a tentativa de remanejamento de pessoal, auditores lotados em outras unidades da federação que possam dar um apoio, forças-tarefas. Mas isso é muito delicado porque todas as unidades da federação estão passando pela mesma dificuldade de pessoal”, explicou Flávio Marchini, superintende do Ministério da Agricultura no Espírito Santo, para o Jornal Nacional.
Apesar da falta de funcionários, a exportação de café duplicou de 2018 para 2019, cerca de 1,4 milhões de sacas de café foram exportadas somente esse ano.
No caso dos vinhos, já tem empresas distribuidoras com medo de cancelar negócio porque podem não entregar dentro do prazo, justamente agora em que está começando o período quando mais se consome vinho no Brasil.