BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Bastou o governo Temer melhorar um pouco para antigos desafetos passarem a apoiá-lo.

Caso do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), que andava tão descontente com o partido que já havia anunciado sua saída da legenda.

Chegou a defender a substituição de Temer por Rodrigo Maia, presidente da Câmara, logo após a veiculação dos áudios da JBS, na ação permitida pelo ex-PGR Rodrigo Janot.

Com a possibilidade do governo melhorar e indicar o vice presidente da República, ano que vem, PH repensou sua estratégia. Temer já disse que não será candidato a reeleição. E nem deve.

Num evento em Vitória com a presença do ministro do PMDB Osmar Terra, Hartung deu apoio ao governo reformista de MT: “é preciso o Brasil seguir o governo reformista de Michel Temer”.

Neste mesmo evento, Terra (foto) lançou Hartung candidato a presidente da República. Muito mais para ele não sair do partido. PH não esta com essa bola toda.

Só para relembrar:

O que Hartung disse no 12º Encontro de Lideranças Empresariais, realizado pela Rede Gazeta, Unimed e Águia Branca, em Pedra Azul, Domingos Martins.

Confira os principais pontos do discurso e da entrevista do governador:

LADOS

Precisamos de uma liderança responsável para tirar o Brasil do buraco. Neste momento, não é o que temos. É Bolsonaro de um lado e Lula de outro. E não tenho problema nenhum com Lula. Não vou nunca deixar de falar isso publicamente. Mas o Lula que está aí é o Lula das corporações. Perdendo a classe média, perdendo apoio no empresariado, ele abraçou as corporações. Um líder de corporações num momento em que o país precisa abraçar uma agenda mudancista não é o que vai dar liga.

NO CENTRO

Precisamos que o centro da política no Brasil ganhe espaço. Só vejo isso possível se a economia melhorar e se essa melhoria chegar ao povo. E só chega ao povo se aumentar emprego e renda. Se não chegar no Brasil de carne e osso, vamos ter uma eleição radicalizada. Se 2018 não provocar isso, estaremos na mão de uma aventura gravíssima.

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DISPOSIÇÃO

Estou cuidando da minha tarefa de governador. Simultaneamente, estou participando como nunca do debate nacional. Sempre fui tímido quanto a isso. Desta vez, por algum motivo, talvez por necessidade, a timidez desapareceu. Se entrar no debate nacional reivindicando posições, não ajuda.

PARTICIPAÇÃO

Estou ‘pau para toda obra’. Se a gente fizer uma chapa boa, eu não estiver nela e precisarem de mim no projeto nacional, eu estarei à disposição. Eu posso estar. Se não estiver, posso estar à disposição para ajudar no projeto nacional.

REVOLUÇÃO

Num tempo em que uma liderança, no meu lugar, estaria usando a crise como desculpa para nada fazer, ouso dizer que este governo que estou liderando, com esse timão ao meu lado, é o melhor do que os outros dois que fiz. Nós estamos fazendo revolução.

CRISE

O Espírito Santo já saiu desta crise doida que estamos vivendo. Nossa carteira de projetos está muito robusta, tanto é que estamos tendo que ampliar a área de licenciamento ambiental para dar vazão aos pedidos. Acho que, quando a gente olha para frente, temos um futuro bom, contratado. O que temos como pedra no caminho é o Brasil. É muito preocupante o que estamos vivendo.

REFORMAS

A ausência de reformas é um entrave. O endividamento do país está crescendo muito rapidamente. Os investidores nacionais estão de olho nesse endividamento. Se isso continuar crescendo exponencialmente, esses investidores se mandam daqui. A retomada só ganha consistência se a gente reformar o país. Temos que debelar a crise fiscal.

REELEIÇÃO?

Lá em abril a gente decide se vou para cá ou para lá. Agora, a hora é de cuidar do Espírito Santo e de ter participação forte no debate nacional.

PARTIDO

Estou conversando. Agora mesmo conversei com Ricardo Ferraço sobre essa questão partidária. Acho que, até o final do ano, faço a migração partidária. Vamos ver (se será para o PSDB). Essa é a conversa.

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