BRASÍLIA –  Em todo o Brasil, manifestações espontâneas e partidárias tomaram as ruas quarta-feira (15/05) para protestar contra o projeto de corte na educação anunciado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Em meio à escalada das manifestações, o presidente Jair Bolsonaro, em visita a Dallas,(EUA) chamou os integrantes das revoltas de “idiotas úteis”, dizendo que eram “massa de manobra de uma minoria da esquerda” e que “não sabem a fórmula da água”.

A fala de Bolsonaro repercutiu na mídia nacional e internacional, no momento mais crítico para o governo desde a posse em janeiro. 

Para o cientista político da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mauricio Fronzaglia, a reposta aos movimentos pelo país mostra que o governo “permanece em campanha”.

“Algo básico, que faz parte da estrutura dos problemas, é que o governo parece permanecer em campanha. Quando se faz campanha política, necessariamente se parte para o confronto – a menos que se faça alianças”. 

“Você tem adversários e a lógica é vencê-los. E a partir do momento que a campanha se torna governo, no entanto, é preciso partir para a governabilidade”, diz.

“Desse ponto em diante, é preciso fazer política; no sentido de política pública, de ação governamental. A ação de fazer política é a de criar consensos provisórios. É necessário conseguir negociar e ter acordos. Quando o presidente [Jair Bolsonaro] e o ministro [Weintraub] partem para o confronto e agridem os adversários, fecham as portas ao diálogo. É uma renúncia ao ato de governar”.


Texto: Maurício Fronzaglia é especialista em política e educação .
 
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