BRASÍLIA – Passava pouco das 15h, ontem, e Jair Bolsonaro era carregado nos braços de eleitores pelas ruas de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, quando recebeu a facada.
Por incrível que pareça, o gesto absurdo do mineiro maluco uniu o Brasil. Praticamente todos opositores, OAB, STF, foram chamados a defender a democracia.
As primeiras informações sugeriam um corte superficial. Não foi. Bolsonaro chegou por volta das 15h40 à Santa Casa da cidade. Estava em choque, perdera muito sangue, a pressão arterial foi ao chão.
O ex-capitão ficará entre uma semana e dez dias internado. Pelo menos. A colostomia, bolsa externa para colher fezes e gazes intestinais no período de recuperação, vai impedi-lo de fazer o tipo de campanha ativa à qual está acostumado.
A eleição é no dia 7 de outubro. Falta um mês. Provavelmente sem aos debates finais Bolsonaro vai. Isso pode ajuda-lo a ganhar a eleição porque de promotor do ódio ele virou vítima.
O esfaqueador é Adélio Bispo Oliveira, de 40 anos. A polícia o prendeu imediatamente, quando a multidão iniciava um linchamento.
Na delegacia, ele confessou o crime, com argumentos confusos. “O motivo do intento se deu por motivos pessoais os quais não iríamos entender”, registra o boletim de ocorrência.
“Disse também em certos momentos que foi a mando de Deus.” Formado em pedagogia, Adelio trabalhava como garçom de acordo com seus advogados.
Distante da família, foi filiado ao PSOL entre 2007 e 14. Em seu perfil no Facebook, questiona se Lula pode ‘mudar de atitude’ embora se engaje na campanha Lula Livre.
Faz uma ligação entre o senador mineiro Aécio Neve e a Maçonaria — a Maçonaria, aliás, é uma obsessão. E se mostra simpático ao Cabo Daciolo.
Essa facada, no entanto, pode ter decidido a eleição.