BRASÍLIA – O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) voltou a confirmar hoje (5), ao juiz federal Sérgio Moro, que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa atuava para desviar recursos da petroleira para seu partido.

Ele mencionou desvios em ao menos dois contratos da Petrobrás: o da Refinaria Abreu e Lima e da Refinaria do Paraná.
“Esses contratos tinham recursos que vinham para o partido”, afirmou o ex-deputado, que teve o mandato cassado em 2006 por quebra de decoro parlamentar.

Corrêa disse que a bancada do partido na Câmara escolheu o falecido deputado José Janene (PP-PR) e o doleiro Alberto Yousseff como operadores de propinas do PP, responsáveis por se reunir com empresas prestadoras de serviços para combinar os recursos a serem desviados.

Segundo ele, a estratégia servia “para evitar que o empresário ficasse sendo procurado por vários parlamentares e depois então ficasse dando desculpa que acertou com fulano, acertou com cicrano.
Só um interlocutor é quem fazia esse trabalho, que era o deputado Janene e quando ele adoeceu ficou, então, o senhor Alberto Youssef”.

Corrêa prestou depoimento, por videoconferência a partir do Recife, como testemunha de acusação num dos processos em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu no âmbito da Operação Lava Jato.
Lula é acusado de receber favorecimentos ilegais da empreiteira Odebrecht por meio da compra de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e de um terreno para a construção da sede do Instituto Lula, em São Paulo, no valor de R$ 12 milhões.

O ex-deputado se disse próximo de Lula à época e levou fotos de reuniões do então Conselho Político do governo, nos quais disse se encontrar com o ex-presidente “pelo menos duas vezes por mês, como presidente do partido.”

Ao ser questionado pelo advogado de Lula, Cristiano Zanin, sobre modificações que teria feito em seus depoimentos ao Ministério Público Federal (MPF), com quem negociava um acordo de delação premiada, Corrêa confirmou ter feito retificações nos anexos referentes ao ex-presidente da República.

Os depoimentos de Corrêa foram prestados em setembro de 2016, mas até o momento seu acordo de colaboração premiada não foi homologado – tornado válido juridicamente – pela Justiça.
Com informações do Diário de Pernambuco.