BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A indefinição do nome de oposição que vai disputar a presidência da Câmara contra o candidato governista, deputado Arthur Lira (PP/AL), amarrou o processo sucessório.
O grupo liderado pelo presidente Rodrigo Maia (DEM/RJ), cujo mandato termina dia 31 de janeiro, não definiu até o momento qual deputado enfrentará o nome apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O fato está sendo considerado como uma estratégia para impedir que deputados assumam compromissos com Lira, deixando a eleição limitada ao mês de janeiro.
Nesta sexta o nome mais uma vez não foi anunciado, mas o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou a formação de um novo bloco com 11 partidos para disputar a Mesa Diretora da Câmara.
A eleição será dia 1° de fevereiro. Integram o bloco o PT, DEM, PDT, PSB, MDB, Cidadania, Rede, PV, PcdoB, PSDB e PSL. Ao todo, 269 deputados compõem o grupo.
Aliado do autoritarismo
Maia leu documento assinado por representantes desses partidos no qual destaca a projeção da Casa nos últimos dois anos, por ter se tornado “a fortaleza da democracia, o território da liberdade, exemplo de respeito e empatia com milhões de brasileiros”.
“Enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a luz”, afirma.
“Esta não é uma eleição entre o candidato A ou o candidato B. Essa é a eleição entre ser livre ou subserviente. Ser fiel à democracia ou ser aliado do autoritarismo. Ser parceiro da ciência ou ser conivente com o negacionismo. Ser fiel aos fatos ou ser devoto das fake news”, diz o documento.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), afirmou que, apesar das diferenças entre alguns partidos que compõem o bloco na agenda econômica, a pauta da defesa da democracia os une.
Segundo ela, os partidos de oposição também vão apresentar um nome para ser analisado pelo bloco para disputar a eleição da Câmara.
O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar, disse que o partido tem responsabilidade com as instituições. “Somos contra os radicalismos, mas somos absolutamente intransigentes aos princípios”, defendeu.
Após a reunião, o presidente Rodrigo Maia disse que o nome do candidato do grupo pode ser anunciado já na próxima semana, após conversas com todos os partidos.
Assinam o documento os seguintes deputados:
– Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido
– Pedro Uczai (PT-SC)
– Luciano Bivar (PSL-PE), presidente do partido
– Felipe Francischini (PSL-PR), líder
– Baleia Rossi (MDB-SP), presidente do partido
– Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), futuro líder
– Alessandro Molon (PSB-RJ)
– Rodrigo de Castro (PSDB-MG), líder
– Mário Heringer (PDT-MG)
– Arnaldo Jardim (Cidadania-SP)
– Enrico Misasi (PV-SP)
– Orlando Silva (PCdoB-SP)
– Gustavo Fruet (PDT-PR)
Com informações da Agência Câmara